ELEIÇÕES 2020

Quadro eleitoral em Pinheiro Machado começa a se desenhar

Contudo, ainda há mais incertezas do que certezas

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Depois da revelação exclu­siva ao TP do prefeito Zé Antônio (PDT), de que não concorreria mais à reeleição, as forças políticas pinheirenses começaram a se movimentar com mais intensidade.

O ex-prefeito Carlos Be­tiollo (PSDB), que voltou a ser eleitor da cidade depois de ter concorrido e mantido seu domicílio eleitoral em Candiota desde 2004, já adiantou que seu nome está à disposição. Antes, o único vereador do PT, Gilson Rodrigues já havia lançado seu nome como pré-candidato.

Na última semana, tam­bém com exclusividade aqui no TP, o PDT informou que estava colocando como condição para a manutenção da aliança governista, a realização de uma pesquisa de opinião pública para a escolha dos candidatos, tendo lançado os no­mes do atual secretário de Obras, Danúbio Peres, e do atual chefe de Gabinete de Zé Antônio, Alex Rodrigues, para um dos dois com­porem a lista da pesquisa, que ainda teria um nome do PSDB e outro do MDB, como ocorreu há quatro anos, quando Zé e Jackson Cabral foram os escolhidos para serem os candidatos a prefeito e vice.

Jaime Lucas (MDB) Foto: Divulgação TP

REAÇÃO DO MDB O único vereador do MDB na Câmara e cotado para ser vice de Betiollo, Jaime Lucas, reagiu à proposta pedetista durante seu discurso na sessão do Legislativo esta semana. Ele mostrou desconforto com a situação.

Jaime lembrou que ape­nas o MDB e o PSB ainda não governaram o município, sendo, segundo ele, que todos os demais partidos com assento no Legislati­vo, já tiveram essa oportunidade. “O MDB não está nos braços de ninguém. No momento que o prefeito Zé Antônio disse que não concorreria à reeleição, se abriu a porteira e pré-candidaturas foram lançadas. As laranjas estão na carroça, mas os burros ainda não começaram a puxar”, metaforizou.

Para ele tem muita gente blefando e que ainda é muito cedo. Informou que o MDB não tem ne­nhuma decisão tomada e que deve se reunir no próximo dia 12 de ju­nho para um encaminhamento. “Se for preciso para termos palanque, nós temos candidato a prefeito. Temos bons nomes e temos uma chapa de jovens para a vereança. Um bom combatente não foge do combate e eu já estou calejado. Tô gostando deste jogo”, afirmou.

O vereador disse ainda que não foi o MDB que deu a partida em lançar pré-candidaturas. “E agora não me venham com con­versinha que querem pesquisa, mas quando se lança candidatura, termi­nou a pesquisa. Não me venham de lorota para cima de mim. Lançou a candidatura, mantém e vamos ver o que acontece daqui para frente”, frisou, em tom desafiador.

PESQUISA DEFENDIDA O vereador Mateus Garcia, líder do PDT no Legislativo, na mesma ses­são falou do assunto. Ele pontuou que cada um entendia da forma mais conveniente, explicando que o seu partido estava colocando dois nomes e que não abria mão de uma pesquisa de opinião para a escolha dos candidatos da coligação. Ma­teus lembrou que foi esse o critério usado há quatro anos.

Gilson Rodrigues (PT)

GILSON ATACA BETIOLLO Na sessão também, o vereador e pré-candidato petista, Gilson Rodrigues, depois de cobrar da Justiça Eleitoral e dos deputados uma posição definitiva sobre a realização ou não das eleições este ano, tratou de atacar o ex-prefeito e possivelmente seu adversário no pleito municipal, o ex-prefeito Betiollo.

O petista acusou Betiollo – que governou a cidade de 1997 a 2004 (dois mandatos seguidos) -, de ter recebido a Prefeitura com recursos em caixa, porém saiu deixando dívidas. “O déficit do município iniciou e cresceu com Betiollo e assim daria para dizer em outras palavras que ele é um baita oportunista”, acusou.

Para Gilson vem no senti­do do ex-prefeito ter trocado seu domicílio eleitoral de Pinheiro Machado para Candiota, com as contas reprovadas, o que lhe deixou inelegível por oito anos. “E após perder eleições em Candiota voltou para Pinheiro e todos correm para os braços dele.Temos que mostrar força e vejo como oportunismo dizer que enterraram o município, se foi ele que iniciou. Sou pré­-candidato e quero discutir com os partidos que não estejam com Betiollo, pois se sobrar um, vamos contra. Se todos vão se unir com Betiollo para não perder, eu não tenho medo, pois não penso em viver de política”, afirmou.

Carlos Betiollo (PSDB) Foto: Arquivo TP

BETIOLLO RESPONDE O TP entrou em contato com Betiollo, que foi logo afirmando que não queria briga com Gilson. O ex­-prefeito disse que o PT teve a oportunidade de governar e não deu soluções duradouras, mas reiterou que não foi este o partido culpado pela atual situação.

Betiollo rebateu a acusação de que pegou a Prefeitura com dinheiro e a deixou endividada. “Quando assumi, fazia 10 anos que não se pagava Previdência Social e havia uma dívida de R$ 15 milhões. Não vou culpar os que me antecederam, porque ninguém os orientou. Assumi e tenho culpa porque demorei quase dois anos para implantar o Fundo de Aposentadoria e Previdência do Servidor (Faps). Negociamos com os funcionários na época uma alíquota não muito alta e mesmo com cálculo atuarial não foi su­ficiente e o déficit seguiu. Houve irresponsabilidade dos gestores que nos sucederam, porque deram vantagens ao funcionalismo sem previsão orçamentária”, criticou.

Ainda, ele lembrou que o não pagamento do Piso Nacional ao magistério, gerou uma avalan­che de ações judiciais com uma dívida atual de R$ 12 milhões e que, segundo ele, deve chegar a R$ 20 milhões em precatórios até o fim de 2020. “Isso não foi na mi­nha época, não gerei isso. Respeito demais o Gilson e sua liderança. Os problemas de Pinheiro Machado são profundos e não tem salvador da pátria. Se for nós os escolhidos, vamos chamar o Gilson e o PT para nos ajudar. Se for ele, estaremos à disposição de igual forma. Não é momento de ataques e brigas, a cidade está à beira do precipício. O desafio me move e sei das difi­culdades que se tem pela frente”, afirmou.

Sobre a condição do PDT em realizar uma pesquisa, Be­tiollo entende como uma posição legítima, mas pediu calma. “Há um debate de que o PDT governa agora e poderia ceder espaço, mas isso quem decide é o grupo, com muito respeito. Eu não posso impor e nem exigir nada. Precisamos ter calma e inteligência. Reconheço a força do PDT e dos demais partidos também. Vamos buscar o consenso interno, sem rompimentos. Os par­tidos, em conjunto, devem buscar qual é a melhor maneira de esco­lher os candidatos”, opina.

Ronaldo Madruga (Progressistas) Foto: Arquivo TP

PARA RONALDO É CEDO Outro nome cogitado nos meios políticos como um possível candi­dato a prefeito, é o único vereador do Progressistas (antigo PP), o ex-vice-prefeito Ronaldo Madru­ga. Em conversa com o jornal, Ronaldo se esquivou de falar dire­tamente do assunto. Assinala que ainda é muito cedo para qualquer decisão, mas não nega que seu nome esteja à disposição, ele que anteriormente havia dito que seria candidato, qualquer que fosse o adversário. Porém, agora analisa que agiu na ocasião por impulso e foi uma atitude mais provocadora de sua parte.

Ronaldo afirmou que no partido chegaram novas lideranças, como o ex-vereador Cássio Câma­ra, o ex-prefeito Felipe da Feira, o ex-vereador Saint Clair Moura Neto e também muitas mulheres. “Ainda é temerário dizer se eu esta­ria ou não à disposição, até porque temos outros nomes. Precisamos ver como as peças vão se mexer. Há uma ala do partido que defende a candidatura própria”, declara.

Rogério Moura (PSB) Foto: Divulgação TP

ROGÉRIO CAUTELOSO O ex­-vereador Rogério Moura (PSB) e que foi candidato a prefeito nas últimas eleições – filho do saudo­so prefeito Laudelino Cunha de Moura, também foi indagado pelo jornal, já que é um nome igualmente lembrado para a disputa. Cauteloso, Rogério não negou, mas não confirmou sua disposição. Por enquanto está aguardando os acontecimentos. “É um período de muita indefinição e hoje (no dia 20, quando o TP falou com ele) surgiu o primeiro caso confirmado de Covid-19 em Pinheiro Macha­do. Nunca fomos de nos achicar (apequenar) frente aos problemas e aos ‘adversários’. Vamos aguardar. Sou pré-candidato naquilo que o partido e meus amigos indicarem”, concluiu.

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