INVESTIGAÇÃO

Ministério Público acusa prefeito de Bagé pela prática de rachadinhas quando era vereador

Outras quatro pessoas, entre elas a esposa do prefeito, também foram denunciadas

A denúncia é de quando Divaldo era vereador Foto: Divulgação TP

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) – Núcleo Fronteira Oeste, denunciou na última terça-feira (9), o prefeito Divaldo Lara, sua esposa, um atual secretário de governo e outras duas pessoas por crimes de corrupção passiva praticados entre 2008 e 2012 no município. Segundo o promotor de Justiça do Gaeco, Diogo Taborda, os denunciados receberam parte dos salários de servidoras. A popular “rachadinha” somou mais de R$ 50 mil em prejuízo às vítimas conjuntamente. A Assessoria de Comunicação do MPRS distribuiu material à imprensa.

Em 2008, na época em campanha para vereador, o atual prefeito, segundo o MPRS, solicitou apoio político a uma das denunciantes, prometendo, em troca, nomeação para cargo comissionado (CC) na Câmara. “O acordo previa que a vítima, depois de empossada, o que ocorreu em 2009, entregasse mensalmente parte do seu salário ao atual secretário de Bagé (sobrinho do prefeito), que consta como denunciado, além de parte do valor de diárias para cursos”, assinala o texto enviado pela Assessoria.

Ainda conforme o MP, já em 2011, o atual prefeito, então como vereador de Bagé, indicou para nomeação uma pessoa para um cargo na 7ª Coordenadoria Regional de Saúde (7ª CRS) – órgão do Estado. “Ela também passou a entregar parte do seu salário em dinheiro para outras três pessoas sob ordem do então vereador. Além disso, entre o final de setembro e início de outubro de 2011, a esposa do atual prefeito e um dos denunciados foram até a casa da vítima e solicitaram que ela fizesse um empréstimo em seu nome para que fosse repassado ao então vereador e atual prefeito de Bagé”, segue o comunicado à imprensa.

Conforme a denúncia, o atual prefeito, durante o período de 2008 a 2012 dirigiu a atividade dos demais acusados que atuavam a seu mando nas rachadinhas. “O denunciado agiu com violação de dever inerente ao cargo, visto que era vereador de Bagé e tinha obrigação de manter proba conduta funcional, com observância aos princípios da administração pública, em especial à legalidade e à moralidade”, explica o promotor de Justiça Diogo Taborda.

Agora é necessário aguardar a posição da Justiça sobre se aceita ou não a denúncia. Caso aceite, Divaldo e as outras quatro pessoas se tornam réus na ação. Em contrário, o caso é arquivado.

CONTRAPONTO – O TP entrou em contato com a assessoria do prefeito e aguarda um posicionamento.

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