Saneamento privatizado

O presidente Jair Bolso­naro (sem partido) sancionou nesta quarta-feira (15) o novo marco legal do saneamento bá­sico. Bolsonaro fez 11 vetos em trechos do texto aprovado pelo Congresso. A nova lei visa ampliar a presença do setor privado na área. Atualmente, o saneamento é prestado majoritariamente por empresas públicas estaduais. O novo marco legal tenta aumentar a concorrência.

O texto aprovado pelo Congresso vendeu a ideia de universalizar o saneamento (pre­vendo coleta de esgoto para 90% da população) e o fornecimento de água potável para 99% da população até o fim de 2033.

Olhando assim parece tudo de bom esta perspectiva. Os arautos no neoliberalismo tentam impor que a iniciativa privada a partir de agora tomará conta e re­solverá uma demanda muito mais que antiga do povo brasileiro.

Entregar um setor tão caro para as populações, espe­cialmente a mais pobre para a iniciativa privada, sem os devidos cuidados pode ser um desastre. Aliás, cidade como Paris, Berlim e Buenos Aires já sentem isso e buscam neste momento a reesta­tização do fornecimento de água.

Na verdade, o convívio do público e privado nesta área é super importante – veja as par­cerias público-privadas (PPPs), contudo é um setor extremamente sensível e que precisa manter o controle do Estado sobre ele. Ou­tro temor é termos um monopólio privado sobre a água, que é um bem universal e essencial a vida humana.

Comentários do Facebook