Sem rumo

O relator da “CPI da Covid” apresenta seu relatório propondo o indiciamento de dezenas, entre eles o presidente da república e filhos. Renan Calheiros, o relator, não é flor que se cheire. O presidente e seus filhos também não são. O resultado é a festa nas redes sociais onde muitos vivem a se refestelar rindo e repassando fake news, notícias falsas, sobre o que rola ou rolou na CPI.
O que não é falso na CPI é que mais de seiscentas mil pessoas morreram com Covid no Brasil, por causa desta ou em função também desta doença. Dados oficiais.
Ainda que centenas de milhares de mortes pudessem ter sido evitadas, quem apoia o governo acha ridículo que alguém tenha a ousadia de querer que alguém seja penalizado. A turma do “deixa disso” pretende empurrar a sujeira para baixo do tapete e vai ter êxito total ou parcial. Tratar seiscentas mil mortes como fatalidades. Tudo normal, isto aqui é Brasil!!!
No mundo são raros os presidentes, primeiros ministros ou chefes de estado que enfrentam a Covid de forma tão irresponsável quanto o presidente do Brasil.
Tarde, começamos a vacinar e segundo pesquisas recentes apenas nove em cada cem brasileiros seguem o presidente que insiste em dizer que não vai se vacinar.
Para o presidente a CPI serve para quase nada. Se for para cassar o presidente existem elementos de sobra, além da CPI, para o Congresso Nacional dar andamento ao processo. Não vão dar, nem com os dados da CPI. Ainda que o presidente se esforce. Seria a glória para ele sair se fazendo de vítima. Melhor deixar para as eleições.
Enquanto isto, o país continua sem rumo algum. Não há projeto estratégico. Nada. Paulo Guedes, o posto Ipiranga de Bolsonaro, o superministro, obedece ordens de quem sempre disse que não entendia de economia. O que parecia estar ficando ruim fica mais grave a cada dia.
Quando a situação de calamidade começou a se instalar com as reformas trabalhista e da previdência os prejudicados eram os mais pobres. Hoje, quando todos percebem claramente que o governo liberal eleito só pensa em atitudes emergenciais eleitoreiras populistas, as elites que não sabem para onde ir começam a ver claramente onde não querem ficar. E sempre haverá exceções, é claro.
As medidas assistenciais são importantes e necessárias e ficam mais fáceis de serem concedidas em vésperas de eleições. Novos valores para o bolsa família compensam as perdas da inflação. É preciso garantir estabilidade e condições para que muitas famílias saiam da condição de estarem abaixo da linha da pobreza. Nos últimos anos, o caminho mais normal é o de famílias entrando na condição abaixo da linha da pobreza.

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