QUESTÃO ENERGÉTICA

Senador Paim diz que venda da Usina de Candiota traz consequências muito negativas à região, ao Estado e ao Brasil

Parlamentar gaúcho defende a reestatização da Eletrobras

Paim gravou um vídeo e publicou em suas redes sociais Foto: Reprodução TP

O senador gaúcho em terceiro mandato Paulo Paim (PT), gravou um vídeo postado em suas redes sociais esta semana, em que faz a defesa da reestatização da Eletrobras e contra a venda em separado para o setor privado da Usina de Candiota (Fase C). Esta semana, conforme apurou o TP, um grupo de técnicos enviados por empresários estiveram na unidade para avaliar as condições e a viabilidade da aquisição. Houve um protesto organizado pelo Sindicato dos Eletricitários do RS (Senergisul) contra esta movimentação e contra esta operação.

O senador lembra no vídeo que a Eletrobras teve seu capital aberto na Bolsa do Valores de São Paulo (B3) em 2022, quando houve um processo de capitalização da empresa e o governo federal perdeu o controle acionário que tinha. Ele explicou que mesmo ainda detendo mais de 40% das ações, com a privatização, a participação do governo com poder de voto ficou restrito a 10%, assim como todos os demais. Ainda, Paim destacou que o governo Lula estuda medidas judiciais para uma possível reestatização. “A privatização já mostra que seus efeitos são trágicos no Rio Grande do Sul, por exemplo. Recebi uma solicitação de lideranças sindicais do setor elétrico para impedir a venda da Usina de Candiota, que eu conheço muito bem, onde numa greve de 12 dias saímos vitoriosos de lá”, assinalou.

Paim disse que os trabalhadores da Usina de Candiota e da Eletrobras como um todo estão muito preocupados com o futuro da empresa e dos empregos. “A venda dessa usina trará consequências extremamente negativas para a região, para o Estado e Brasil. O governo federal estuda medidas jurídicas para reverter o processo. Precisamos fazer um debate mais aprofundado sobre este tema. Ora, a Eletrobras é uma empresa estratégica para o setor de energia no Brasil. Estamos na contramão do que está sendo feito na Europa, onde as empresas, anteriormente privatizadas estão voltando para o controle do Estado e para o bem de todos”, expõe.

PROTESTO – A venda da unidade candiotense é um desejo expressado recentemente pelo atual presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, que já afirmou a intenção de se desfazer da Usina, seja fechando ou a vendendo. Contrários a esse processo, um grupo de lideranças e políticos, liderados pelo Sindicato dos Eletricitários do RS (Senergisul), realizou na manhã desta terça-feira (28), um manifesto contrário ao desmembramento do complexo e também defendendo a volta da empresa à condição de pública.

A diretora estadual do Senergisul, Cristian Gonzales, defende que antes de vender, a região precisaria ser consultada. “Quais as consequências disso? Sabemos como se comportam as empresas privadas. A pública tem olhar para a comunidade. Se a Usina é tão ruim, por que tanta gente está interessada em comprar?”, questiona.

Senergisul organizou um manifesto na portaria principal da Usina de Candiota na manhã da última segunda-feira (28) Foto: J. André TP

O eletricitário aposentado Paulo Cezar Govea, convocou a unidade da região para lutar contra a venda. “Passo de noite por aqui e vejo as fases A e B apagadas e isso me dá uma tristeza, pois quantas vezes eu e meus companheiros fizemos de tudo para mantê-las em funcionamento e gerando energia e riqueza. A Fase C pode ter o mesmo destino se deixarmos”, avalia.

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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