CLIMA

Sigma Meteorologia avalia situação da estiagem na região

Você ainda possui 2 notícias no acesso gratuito. Efetue login ou assine para acesso completo.

A situação climática da região é acompanhada e analisada diretamente pela Sigma Me­teorologia. Por solicitação do TP, os meteorologistas fizeram uma análise quanto às precipitações pluviométri­cas e algumas previsões acerca dos próximos meses:

“Os últimos meses têm sido marcados por um grande déficit hídrico na região da Campanha, com uma sequência de meses com chuvas registradas abaixo do ideal ou considerado ‘normal’ para o período. A distribuição de chuvas começou a ficar irregular em meados de novem­bro de 2019, depois de um outubro que foi marcado por chuvas acima da média. Entre o final da primavera e principalmente durante esse último verão, além de ter chovido pouco, a forte insolação e as altas temperatu­ras do período, acentuaram a perda de água da superfície pela evapora­ção e transpiração das plantas, acen­tuando a baixa dos reservatórios que abastecem a população e os animais.

Neste mês de maio, as chuvas voltaram a ocorrer com maior fre­quência no Rio Grande do Sul, com três importantes episódios de chuvas no estado. O primeiro no início do mês, que trouxe chuva volumosa para pontos do noroeste do estado, o segundo na metade do mês, que provocou volumes de chuva expres­sivos para áreas próximas ao centro do estado, e o terceiro nesta reta final do mês que causou chuvas mais expressivas especialmente em áreas próximas à fronteira com o Uruguai, com volumes entre 200/250 mm em um intervalo de 72h na região de Uruguaiana, Alegrete e Quaraí.

Na região da Campanha, de acordo com as estações da Sigma Meteorologia, os volumes de chu­va no mês de maio ficaram entre 130/160 mm em Pinheiro Machado e Herval. Além disso, de acordo com o INMET (Instituto Nacional de Meteorologia), foram registrados 161,4 mm em Bagé e 146,2 mm em Dom Pedrito entre os dias 1º e 25 de maio. Se levado em consideração da­dos de pluviômetros da Agritempo, instalado em diferentes pontos de um mesmo município, os volumes de chuva no período ficaram ao redor de: 120 mm em Candiota, 106 mm em Aceguá, 90 a 93 mm em Pedras Altas, 100 a 150 mm em Hulha Ne­gra e de 125 a 140 mm em Piratini.

A Sigma Meteorologia res­salta que em algumas situações, a variável de chuva costuma apre­sentar grandes variações em sua distribuição espacial, sendo comum observar diferenças significativas de acumulados pluviométricos durante um mesmo período de um local para outro dentro do mesmo município.

Com relação aos prognós­ticos para o mês de junho, alguns modelos numéricos de previsão sub­-sazonal estão indicando a tendência de precipitação próximo da normal climatológica na zona sul do Rio Grande do Sul e abaixo da média em áreas do Uruguai. Tal situação deverá ser favorecida pelo retorno da umidade em áreas do sul do Brasil, especialmente em Santa Catarina e no Paraná, condição que deve se estabelecer em função da maior frequência de bloqueios atmosféri­cos sobre a região central e sudeste do país. Isso reduzirá o avanço de sistemas frontais sobre o interior do continente, favorecendo a configu­ração de frentes com características estacionárias, condição que favorece uma maior concentração de umidade sobre essas áreas.

Já para o mês de julho, a tendência é de que as precipitações também fiquem próximas ou ligei­ramente acima da média, devido a maior atuação de sistemas frontais, principalmente porque há uma pro­pensão estatística a ter julhos mais úmidos em condição de neutralida­de do fenômeno Enso. Contudo, é importante ressaltar que atualmente estamos passando pelo período de transição entre duas estações do ano totalmente distintas (verão-inverno), o que favorece uma maior incerteza nos modelos dinâmicos de previsão climática, principalmente quando há configurações de bloqueios at­mosféricos.

Na análise dos dados obser­vados da Temperatura da Superfície do Mar (TSM) das últimas semanas, é possível verificar o resfriamento das águas no pacífico equatorial, condição favorecida pela intensifi­cação do vento zonal de leste sobre a região, empilhando as águas mais quentes em direção a Indonésia e favorecendo a ressurgência de águas mais frias na costa do Peru. Além disso, há uma probabilidade de cerca de 40 a 50% de uma configuração de um evento de La Niña entre meados da primavera deste ano e o início de 2021”.

 

Comentários do Facebook