O assunto da limpeza urbana tomou os debates da Câmara na sessão da comissão representativa Foto: Reprodução TP
O debate na sessão da comissão representativa da Câmara de Candiota esta semana, gerou em torno da limpeza urbana no município. Quem introduziu a discussão foi o presidente da Câmara, Gildo Feijó (MDB), que protocolou um requerimento pedindo a limpeza no bairro João Emílio. “Mas não pode ser um tapeio, tem que ser uma limpeza de fundamento, porque hoje a João Emílio está com aspecto de atirada. Não é porque somos governo que não vamos pedir e fiscalizar”, disse, ao justificar o requerimento.
Dando início ao estranhamento entre os vereadores da base, Claudivam Brusque (PSDB), assinalou que concorda que a limpeza urbana precisa ser feita, quando disse que o seu partido está afim de fazer esse serviço, citando o vice-prefeito Paulinho Brum. “Nós em 60, 70 dias garantimos que o município vai dar outra diferença. Se for preciso eu até empresto um trator meu. Se passar para nós, o PSDB vai tomar providências e deixar o nosso município limpo”, disse.
O vereador Adriano Revelante, que preside o MDB local, disse não ter entendido a colocação do colega Claudivam. “Não me lembro de algum secretário do MDB ter sido responsável pela limpeza. Que bom que agora o PSDB vai tomar conta da limpeza – sinal que não estava sendo tão bom”, ironizou.
Gildo, assinalando que o vereador Claudivam estava meio mal informado, disse que a limpeza urbana é de responsabilidade da Secretaria de Meio Ambiente, que é comandada pela secretária Josuélem Duarte, a Jô. “Não sei se ela pertence ao PSDB?”, indagou também em tom irônico, sendo que a secretária é sim filiada ao partido. “Não vejo essa história de PSDB ou MDB. Eu vejo uma aliança de dois partidos que se juntaram para vencer a eleição e volta e meia tem essas picuinhas. Sou contra esse tipo de picuinha”, repreendeu, quando também defendeu que a limpeza urbana deve ser responsabilidade da Secretaria de Obras e Serviços Públicos.
O vereador Léo Lopes (PTB) e que também pertence a base do governo, classificou como dúbia a questão da limpeza urbana. “Quem é a referência e a organização?”, questionou, ao elogiar o trabalho da secretária Jô, que, segundo ele, tem cuidado dos bairros, especialmente a Vila Residencial. “Fica minha crítica: a quem a gente procura para tratar da limpeza urbana? Esse jogo de empurra só faz mal à comunidade. Precisa de um organograma. Nas nossas casas quando vamos receber uma visita, a gente deixa ela arrumada”, comparou.
A vereadora de oposição Luana Vais (PT) também demonstrou preocupação com o serviço, cobrando organização do setor. “O vereador Gildo foi cirúrgico, falta capacidade de combate. A justificativa é em função climática, em função do fenômeno El Niño, com muita chuva e calor. A gente até entende que se justifique, mas as pessoas não são palhaças”, disse.
PREFEITURA
O TP conversou com a secretária de Meio Ambiente, Josuélem Duarte, a Jô, que esclareceu a função de sua pasta em relação à polêmica. “A limpeza de grama e pintura de meio-fios, nunca foi da Secretaria de Meio Ambiente. O responsável é a Secretaria de Turismo, que tem uma coordenação dessa parte. A Secretaria de Meio Ambiente é responsável pela retirada de resíduos urbanos. Desde o início do nosso governo a limpeza urbana foi desmembrada, passando a ser responsabilidade da Secretaria de Meio Ambiente a retroescavadeira e o caminhão da limpeza, com o objetivo de dar a destinação correta dos resíduos recolhidos, não permitindo mais lixões clandestinos, que era a destinação antes de assumirmos o governo. Ainda temos muita dificuldade com a agilidade do serviço, pelas condições dos equipamentos e dificuldade pela lógica dos bairros. Mas mesmo assim temos um cronograma de atividades passando por todos os bairros e avançando assim que vai concluindo. Não vou assumir a culpa de algo que não é da minha competência como o corte de grama”, explicou.
O novo secretário de Turismo, Leandro Alves Branco, que assumiu há cerca de um mês e meio e é também presidente do Progressistas local, confirmou que a limpeza urbana está sob a responsabilidade de sua pasta, porém disse ao TP que não importa de que Secretaria é o setor. “Ela tem que ser feita, somos uma equipe de governo que deve fazer o que tem que ser feito para o cidadão. Até porque o dinheiro não é dos políticos é de um CNPJ que é gerido pelo grupo de gestores do MDB, PSDB, PP e PL. Não vou entrar na discussão deles, apenas colocar que o trabalho tem que ser feito e será feito sempre para a população”, resumiu.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*
