CANDIOTA

SSM transforma área minerada de carvão em lavoura de soja

Mineradora faz um trabalho complexo de preservação ambiental

Plantação teve produção semelhante a áreas não mineradas na região Foto: Letiére Navarrina/Especial TP

No ano de 2018, a Seival Sul Mineração (SSM) assinou o contrato de arrendamento da primeira área de mineração no município de Candiota. Neste momento haviam muitas incertezas a respeito das condições que as áreas de terra seriam devolvidas para o proprietário. “Essas incertezas foram os principais desafios a serem vencidos, para viabilizarmos o início da mineração. Foi preciso levar o proprietário para visitar outras áreas já mineradas pela Copelmi, empresa controladora da SSM, para que ele se sentisse mais seguro”, afirma o gerente de Controle da SSM, Nelson Kadel Jr.
Segundo o gerente geral de Operações da SSM, Adolfo Carvalho, o processo de mineração utilizado faz com que a etapa de reconstituição aconteça ao mesmo tempo. “Isso torna o método ágil, seguro e econômico, pois a dinâmica criada na mina elimina retrabalhos, bem como o uso correto de cada uma das camadas de solo, as quais voltam na mesma ordem de sua formação natural, afirma Adolfo.
Já Nelson lembra que ao longo do processo de mineração, a SSM conseguiu identificar um movimento interessante por parte do proprietário da terra. Inicialmente a incerteza das condições que receberia o solo, fazia com que ele acompanhasse com olhar atento e contínuo. “Com o passar do tempo, ao ver o cuidado empregado e os primeiros resultados, fizeram com que o proprietário trocasse o receito pelo sentimento de parceria, passando a participar com suas opiniões sobre possíveis melhorias nas plantações de coberturas”, conta Nelson, que ressalta ainda que esse sentimento pode ser considerado normal, pois a terra é o melhor bem que existe para o agricultor, já que é dela que ele tira o seu sustento.
PRODUÇÃO – “Uma terra mal tratada é como um corpo doente, logo adoece e não consegue sustentar a vida”, afirma Airton Duarte, responsável pelo plantio na área recuperada. “Neste ano realizamos a nossa primeira safra de soja em área já minerada. Por óbvio que o resultado da colheita foi afetado pela seca, que assolou a região, mas a terra demonstrou total condição de voltar a ser agricultável, produzindo igual a outras áreas onde plantamos”, enfatiza.
Para evoluir as condições agronômicas nesta área, a SSM pretende realizar algumas melhorias identificadas ao longo do processo de plantação e colheita, sendo que isso está sendo construído em parceria com os cultivam a terra.
COMPLEXO – O TP pediu detalhes de como funciona o processo de recuperação de solo. Segundo a SSM, este é um processo não tão simples de ser desenvolvido. “É preciso muito planejamento muito antes que a primeira escavação aconteça, pois primeiro é preciso definir quais serão as características do solo no momento de sua entrega”, afirma Adolfo.
Antes de se chegar nas primeiras camadas de carvão, é preciso retirar o solo orgânico e a argila, estocá-los em lugar especial. Na sequência, se chega as camadas de rocha, as quais são retiradas e depositadas no fundo da cava a ser recuperada. Novas camadas de pedra, ou até as cinzas da queima do carvão, são colocadas acima das pedras, para só então voltar com a camada de argila e por fim o solo orgânico. “A partir daí o segundo corte irá fechar o primeiro e assim sucessivamente. É com esse processo, chamado de lavras em tiras, que garantimos o respeito a natureza, pois devolvemos na mesma ordem as camadas construídas ao longo do tempo”, finaliza Adolfo.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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