MINA DE CANDIOTA

Trabalhadores da CRM decidem por greve a partir de segunda-feira

Por unanimidade, mineiros e mineiras decidiram pela paralisação, em assembleia realizada nesta quinta-feira (27)

A proposta foi rejeitada de forma unânime pelos mineiros e mineiras Foto: J. André TP

Os cerca de 250 mineiros e mineiras, que atuam na Mina de Candiota, perten­cente à Companhia Riograndense de Mineração (CRM), num clima de muita unidade, se reuniram durante toda a manhã desta quinta­-feira (27), no refeitório da empre­sa, em assembleia convocada pelo Sindicato dos Mineiros.

Na última semana, a CRM, depois de várias prorrogações, finalmente apresentou a proposta do acordo coletivo 2019/2020. O proposto não agradou a categoria, que rejeitou por unanimidade, tendo decidido por deflagrar greve a partir das 8h da próxima segunda-feira (2 de março). Em assembleia anterior, a decisão havia sido de estado de greve, que é um estágio anterior a paralisação propriamente dita, tendo como motivo, as sucessivas prorroga­ções do acordo coletivo.

Vale lembrar, que a CRM vive o clima da possibilidade real de privatização, após a Assem­bleia Legislativa ter aprovada em 2019 a proposta do governo do Estado em retirar a exigência de plebiscito da Constituição estadu­al. A venda para 2020 é vista pelos analistas como remota, por falta de interessados.

Dirigentes do Sindicato dos Mineiros conduziram a assembleia Foto: J. André TP

Conforme o tesoureiro do Sindicato dos Mineiros, Hermelin­do Ferreira, a rejeição da categoria foi porque a CRM não propôs nenhum tipo de reajuste, ou seja, 0% em todas as cláusulas econô­micas (salário-base, auxílio creche e estudantil e vale-alimentação), além de, segundo ele, ter retirado vantagens do acordo anterior. “O que se quer é o reajuste pelo INPC (período de 1º de maio de 2018 a 30 de abril de 2019), de 5,07% em todas as cláusulas econômicas e manutenção das bases do acordo ainda em vigor”, explica.

O sindicalista ainda detalhou que a partir de segunda, apenas os serviços essenciais serão mantidos, como manda a legislação, com 30% do pessoal do beneficiamento e moagem do carvão em operação. “Na extração do carvão, os funcionários da CRM praticamente não atuam mais, como já denunciamos que mais de 90% são terceirizados”, reitera.

A Mina de Candiota – única unidade em operação da CRM, é responsável por abastecer de carvão mineral à Usina de Candiota, pertencente à CGT Eletrosul, que tem capacidade de geração de 350 megawatts por hora (MW/h), através da Fase C.

CRM – O TP contatou com a assessoria de comunicação da CRM, que informou que a direção da estatal está preparando uma nota sobre o assunto e que será divulgada somente nesta sexta-feira (28).

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