Transição de fato justa

As notícias, que pareciam ser cada vez mais impactantes negativamente em relação ao carvão mineral e a Candiota, começaram a mudar nos últimos tempos.

É fato que a movimentação política foi extremamente importante para essa mudança de cenário, contudo, é necessário compreender de que a transição energética precisa ser feita de uma maneira responsável e verdadeiramente justa.

Sempre afirmamos por aqui e jamais fomos negacionistas da crise climática mundial, pois ela está aí para quem quiser ver e literalmente sentir na pele – não é a toa que 2023 foi o ano mais quente de toda a história, desde que as medições iniciaram.

Entretanto, a geração de energia, bem como, a importância do carbono na vida humana, não podem simplesmente ser, de uma hora para outra substituídas. Por isso se fala em transição energética justa (TEJ). É disso que todos precisam entender.

Candiota e a região, que há mais de 70 anos vivem da exploração do carvão mineral, precisam de tempo para a transformação.

A Âmbar Energia, que faz parte do maior grupo empresarial do Brasil e tem no seu currículo o fato de ser a maior produtora de proteína animal do planeta, não estaria se metendo num negócio de carvão mineral, sem que houvesse uma série de ponderações, inclusive técnicas e ambientais, antes do fechamento do negócio. O presidente da companhia, Marcelo Zanatta, é muito claro em entrevista nesta edição ao TP, falando dos planos da empresa em transformar a Usina de Candiota em exemplo mundial.

Ali do lado da Usina da Âmbar vai surgir em breve um novo empreendimento que também está dentro da cadeia do carvão mineral e com sustentabilidade ambiental. A empresa de origem paulista, Hipermix Sul, acabou de assinar um protocolo de intenções esta semana para construir uma nova indústria cimenteira no município, utilizando a cinza do carvão, que é um subproduto ainda pouco utilizado.

Enfim, como se vê, a retomada do carvão é algo concreto. As articulações junto ao Congresso Nacional e até mesmo com o governo federal comandado pelo presidente Lula – que tem a pauta ambiental como central, apontam claramente da necessidade de uma transição energética realmente justa, que não deixe ninguém para trás e tão pouco deixe de usar uma riqueza nacional em benefício do povo brasileiro.

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

Comentários do Facebook