*Por Odilo Dal Molin
TRAGÉDIAS
Certamente esta é a maior tragédia coletiva que atingiu nosso Rio Grande. No entanto, quantas tragédias pessoais sofremos em silêncio e que ninguém sabe, ninguém viu ou pior, ninguém quis saber. Nossas tragédias pessoais, as dores ocultas e as lágrimas reprimidas são tragédias de dimensões tão intensas e que ferem nossa auto-estima.
A tragédia do nosso Rio Grande dividimos com todos, é uma dor coletiva. O desamparo de quem perdeu o trabalho de uma vida toda, é sim, o nosso desamparo. As lágrimas dos flagelados, são as nossas lágrimas, nossos abandonos.
Tragédias provocadas por fenômenos de clima e tempo são de difícil compreensão. O vento furioso, a chuva inclemente, o granizo devastador não poupam ninguém. As tragédias não são seletivas. Atacam igualmente ricos e pobres.
O enfrentamento às tragédias sim, é peculiar. Nos primeiros momentos não se percebe o tamanho do monstro e o tratamento é o de sempre. “Todos somos solidários”, vamos fazer isto, fazer aquilo. Ajuda não vai faltar…só que vai!
A CARA PÁLIDA POLÍTICA
O político bom é o que grita mais alto, o que finge chorar a lágrima do ofendido e que tem um discurso que não diz nada, nadinha…
Ante o grito desesperado do povo gaúcho fazem uma reunião longe do problema, promessas de prontas medidas para o “futuro”. Mas o futuro é agora. O frio e o desamparo são agora, tudo se perdeu agora. Não será no verão próximo. É agora! Amanhã é tarde.
Envergonhados os que fazem tudo… amanhã voltaram ao palco da tragédia, trazendo apoio efetivo. O BRASIL veio ver e ajudar no socorro. Antes tarde….que nunca.
As lágrimas de quem perdeu tudo finalmente contagiaram o Brasil todo. Até a Imprensa se redimiu e veio mostrar as vísceras expostas para todo o Brasil e o mundo.
Os gemidos e as dores das vítimas, seu desespero escarrado comoveram os de boa vontade, as pessoas não cansam de salvar, confortar e de pensar as feridas dos flagelados.
O ‘choque’ vai trazer atenção e pronta recuperação das obras físicas. Dinheiro resolve o físico. E quem vai tratar a alma? Os filhos perderam mães e as mães perderam filhos. Estas dores como tratar? Os velhos, como tratar os aposentados que ficaram sem nada?
SENHOR
Deus dos desesperados, mostrai Vossa face, mitiga estas dores. Consolai os inconsoláveis.
Oh DEUS, só por Ti.