Uma região isolada

A interrupção da BR-293, para os mais atentos, soa como um sacode de realidade sobre o (sub)desenvolvimento regional. A situação, causada por uma infiltração de água, que solapou a sustentação do asfalto, fez ruir parte do asfalto no km151, em Candiota, bem próximo a ponte do rio Jaguarão, no limite com Hulha Negra.

Com a interrupção ficou evidente o nosso atraso logístico. Não há, sob qualquer hipótese mais razoável, outra saída asfáltica de ligação entre Bagé e Pelotas, a não ser a BR-293, que está bloqueada. O desvio pela BR-392, entre Caçapava e Canguçu é uma alternativa, como dito, nada plausível, extremamente longe e cara.

Candiota, especialmente, e por ser um polo industrial e de geração de empregos, é a mais afetada neste momento pela situação. Contudo, os reflexos são para a região toda. Os prejuízos já são incalculáveis.

O uso de estradas de chão batido alternativas demonstram a fragilidade de nosso modal de transporte. Somos reféns, e talvez nem tivéssemos nos dado conta disso, de uma única via asfaltada. Qualquer situação mais gravosa, como essa, nos deixa a beira de um caos viário e de locomoção.

O debate em torno da construção da Rodovia Transcampesina, que é um projeto antigo do Consórcio Público Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental dos Municípios da Bacia do Rio Jaguarão (Cideja), nunca esteve tão atual com essa crise da BR-293.

O prefeito de Candiota e presidente do Cideja, Luiz Carlos Folador (MDB), que é um defensor desde sempre de se efetivar essa obra, reforçou sua tese ao TP esta semana, destacando que além de todos os benefícios que essa saída asfáltica trará para a região, agora se reveste de necessidade também para ser uma via alternativa em caso de um problema (como está sendo agora) na única BR que corta este território.

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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