QUESTÃO DE GÊNERO

Vereadora afirma ter sofrido violência de gênero na Câmara de Bagé e registra ocorrência policial

Beatriz Souza fez registro na DPPA Foto: Divulgação TP

Na última segunda-feira (18), segundo a vereadora Beatriz Souza (PSB), mais um caso de machismo pode ser registrado dentro da Câmara de Bagé, entre colegas parlamentares. Conforme Beatriz, durante a sessão ordinária, o presidente do Legislativo, Augusto Lara (PL) se dirigiu à ela fazendo o uso das expressões “covarde”, “histérica” e afirmando que a parlamentar teria “esquecido de tomar os remedinhos”.

Em material enviado à imprensa por sua assessoria, a vereadora, que está em seu segundo mandato, disse já presenciou esse tipo de ataque diversas vezes, vindo de alguns colegas da Câmara, mas dessa vez agiu de forma diferente. Na manhã de terça-feira (19), ela registrou uma ocorrência contra o presidente da Câmara e contra o vereador Bocão Bogado (PTB), que, segundo ela, foi conivente e, em forma de deboche, dizia que ele mesmo poderia preparar um chá de camomila para acalmá-la.

Beatriz assinalou que esse tipo de ataque é considerado uma violência política de gênero e recentemente virou Lei, tornando o ato um crime. “É um comportamento que já se tornou inadmissível. Por muito tempo eu tentei resolver na conversa, mas pra ser ouvida eu precisava gritar e quando eu gritava era prontamente chamada de histérica e não tem como se calar diante desse tipo de tratamento, que é exclusivo para nós mulheres, não é isso que é a política, por isso registrei a ocorrência, por mim e por outras mulheres que passaram por isso e na esperança de mostrar para as próximas que elas não precisam passar também”, afirmou Beatriz.

O boletim foi registrado na Delegacia Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), onde a vereadora deu seu testemunho. “Esse B.O. é um recado para mostrar que não vou me calar diante desses ataques e significa um basta para a violência política de gênero”, destaca ela.

Os vereadores Augusto Lara e Bocão ainda não se pronunciaram sobre o assunto. O caso deverá ser investigado pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam).

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