POR DENTRO DO LEGISLATIVO

Vereadores de Candiota trocam críticas duras em sessão da Câmara

Claudivan Brusque (PSDB) e Danilo Gonçalves (PT), que são assentados da reforma agrária, há tempos atuam em campos opostos

A sessão do último dia 29 de julho, foi marcada por momentos de tensão no Legislativo de Candiota. Os vereadores de oposição e situação, Danilo Gonçalves (PT) e Claudivan Brusque (PSDB) – ambos assentados da reforma agrária, encenaram momentos que beiraram a tensão, quando trocaram palavras duras entre si.

A situação começou ao Danilo levar como pauta um assunto que havia sido mencionado na sessão anterior, quando Claudivan disse, em resposta à vereadora Luana Vais (PT), que como secretário de Agropecuária e Agricultura Familiar mais de 700 açudes receberam limpeza no interior do município. Como forma de rebater o colega, Danilo levou para a Câmara um relatório que conseguiu na própria Secretaria, o qual consta, segundo ele, apenas 1,5 mil horas máquinas trabalhadas, o que daria cerca de 500 intervenções.

Danilo levou um relatório dizendo que as informações do colega não estavam batendo Foto: Reprodução TP

“Tem grandes diferenças e essa informação não está fechando com a sua. Então quando o vereador que falta com a verdade, está aqui, a gente buscou informação que é o nosso direito para colocar para a população. Em tudo aqui tem 1,5 mil horas, ainda junto com aquela que a Polícia foi buscar o maquinário lá no assentamento, e foi no seu mandato enquanto secretário (lembrando o episódio ocorrido em 2023 no assentamento Companheiros de João Antônio, que as máquinas foram trancadas por moradores e houve a presença da Brigada Militar para liberá-las). Tem muitas coisas que não são verdade”, ressaltou o petista, dizendo que as vezes concorda com o povo da cidade, que nunca colocou o pé no barro, defender o bolsonarismo, mas para quem é da agricultura e que vive no interior, defender o bolsonarismo é muito difícil.

Claudivan disse que o atual governo trabalha para todos e não escolhendo as pessoas Foto: Reprodução TP

Como forma de rebater as falas do colega, Claudivan afirmou que o relatório entregue a Danilo era de informações parciais, e não o completo. Ainda, ele disse que o trabalho feito pela atual gestão é para todos, e não escolhendo as pessoas como o governo passado fazia no município. “Inclusive foi feito até pra ti. Eu acho que se eu fosse o senhor, não teria pedido pra fazer. Embora nós somos agricultores, nós também somos vereadores eleitos e pagos pelo povo, então eu acho que o senhor deveria ter humildade e nem ter pedido para fazer. E o senhor brigou pra fazer, porque também tinha direito. Não quero faltar com a palavra e com o respeito, mas o senhor eu acho que não tem nem produção em cima do seu lote”, expressou Claudivan, sugerindo que os colegas perguntem na casa das pessoas se o trabalho realmente foi feito, pois também fazem o papel de fiscais e são pagos para isso.

Com expressão de chateado com as palavras ditas pelo tucano, Danilo voltou à tribuna proferindo palavras duras ao colega. “Tudo bem! Eu acho que o senhor também tem dificuldade de ler quando os outros escrevem, daí o senhor lê mal e aí o senhor sai com coisas que não são reais. Quando fala que eu não tenho produção,  o senhor vai nas cooperativas e olha,  eu moro há 30 e poucos anos aqui e nunca faltei com o respeito com o senhor. Mas a ironia do destino traz isso, uns vão melhor outros não.  Tem uns que as vezes se beneficiam de algumas pessoas,  outros exploram usando uma coisa que é contra a lei e o senhor sabe que é contra a lei explorar o que é dos outros”, citou Danilo, reforçando que tem muito respeito pelo colega, pois alguma coisa ele fez de bem como pessoa, mas segundo ele, como parlamentar deixou a desejar. “O senhor mandou a polícia buscar o maquinário dos seus companheiros, inclusive teve voto lá. Agora falar de mim que não produzo! Eu sou pobre, trabalhador, mas o que é meu e o que eu tenho no lote é meu, e eu não devo nada pra ninguém.  Talvez não tenha o que o senhor tem, mas eu não devo pra banco e nem pra ninguém, está pago. Poucas coisas, mas são minhas. E jamais alguém vai me calar de trazer as reivindicações do meu povo. Mas vai na minha moradia e olha,  e olha a sua pra ver”, finalizou.

Claudivan retornou à tribuna repetindo que as pessoas não foram escolhidas para serem contempladas, e que não é uma questão de faltar com respeito, e sim de fazer para todos. “O senhor até me mandou uma mensagem ameaçando se não fizesse para o senhor, e eu disse que era o seu direito. Não foi deixado ninguém de fora, onde a máquina passou. Tem que ver o antes e o depois, o importante é os projetos chegar até o agricultor, porque é a agricultura que precisa”, falou, relembrando que quando assumiu a Secretaria só permaneceu por ter palavra, pois ficou com vontade de desistir. “Não tinha um ‘Fuca’ pra andar para chegar nos agricultores, era máquina fundida e não tinha nada para andar. E nós lutamos e conseguimos”, concluiu, pontuando que ainda há muito para ser feito, e que é preciso respeitar as  pessoas e não falar inverdades.

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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