INVESTIMENTO

Ministro de Minas e Energia acena com possibilidades para o carvão mineral

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UTE Ouro Negro está cadastrada no leilão de outubro, mas perspectivas ainda são desanimadoras Foto: Divulgação TP

Recentemente, quando do relançamento da Frente Parlamentar em Defesa do Carvão Mineral, no Congresso Nacional, o ministro de Minas e Energia (MME), Bento Albuquerque, disse que a matriz energética do país poderá contar com mais termelétricas a carvão mineral. “Há muita disponibilidade do recurso”, justificou.

Em entrevista ao Jornal de Brasília, o ministro falou que o objetivo do MME é investir R$ 400 bilhões até 2027, sendo R$ 226 bilhões em geração de energia centralizada, R$ 60 bilhões em distribuída e R$ 108 bilhões em sistemas de transmissão. “Nesse panorama, o planejamento do setor elétrico brasileiro leva em conta a diversificação da matriz. Nesse sentido, considera-se a possibilidade de que novas usinas a carvão façam parte da expansão”, disse.

No horizonte decenal, segundo o ministro, considera­-se a substituição de usinas existentes por mais modernas, portanto, mais eficientes. “Com menor emissão de gases de efeito estufa e maior controle de poluentes, como tem sido no mundo todo”, explicou. Vale lembrar, que somente no Rio Grande do Sul, foram fechadas as usinas e Charqueadas, São Jerônimo e as fases A e B de Candiota.

Conforme dados do MME, em março deste ano, a participação do carvão mineral na matriz energética do país chegou a 1,9% com 22 empreendimentos e 3,252 mil megawatts de potência instalada. Essa proporção, de acordo com o ministro, deve se manter até 2027. “A grande disponi­bilidade desse recurso energético, sobretudo na região Sul, com preços estáveis relativamente baixos e não vinculados ao dólar, torna o carvão uma opção relevante para compor o mix energético nacional”, justificou o ministro.

Segundo Albuquerque, o relatório final de um grupo de trabalho interministerial foi favorável à modernização do atual parque de geração termelétrica a carvão mineral. O grupo considerou as dezenas de milhares de empregos e as incertezas quanto à outras fontes, como a importação de gás natural, custo de óleo diesel e viabilização de usinas hidrelétricas com reservatórios. “O carvão é uma opção in­teressante em termos de custo especialmente para a região Sul”, destacou.

O grupo de trabalho, acrescentou o ministro, identifi­cou que a indústria do carvão pode gerar 7,5 mil empregos, além de manter os 52 mil postos atuais de trabalho. “O desenvolvimento da indústria passa pela instalação de um polo baseado na gaseificaçao do carvão para produção de gás e insumos para indústria de fertilizantes. Hoje, existem novos conceitos e tecnologias. Buscaremos enfrentar todos os desafios”, prometeu.

LEILÃO Foi concluído na última semana, o cadastramento de projetos para participação no Leilão de Energia Nova A-6 de 2019. Anunciado pelo MME, o leilão está previsto para ser realizado em 17 de outubro, com participação das fontes hidrelétrica (com capacidade instalada de 1 a 50MW), eólica, solar fotovoltaica, termelétrica a biomassa, carvão mineral nacional e gás natural.

Do total de projetos cadastrados, 74,7% optaram por aproveitar o cadastramento oriundo do Leilão de Energia Nova A-4 de 2019. No total, foram cadastrados 1.829 pro­jetos, totalizando 100.874 MW de capacidade instalada. As fontes eólica e solar fotovoltaica foram as que apresentaram as maiores ofertas de projetos cadastrados, com 845 e 825 cada, respectivamente. Em termos de capacidade, destaca­-se a fonte termelétrica a gás natural, com pouco mais de 41GW. Empreendimentos fotovoltaicos superaram os 29 GW instalados, enquanto os empreendimentos eólicos ficaram pouco acima dos 25 GW. O carvão mineral aparece com quatro projetos cadastrados, totalizando 1.667 MW de oferta.

Os projetos cadastrados, na verdade são dois, o da UTE Ouro Negro, em Pedras Altas e da Nova Seival, em Candiota – projeto anteriormente da Eneva (antiga MPX) e que recentemente foi comprado pela Copelmi. Cada projeto é dividido em duas máquinas. Apesar do cadastramento no leilão, a expectativa de venda de energia térmica a carvão ainda é pequena, especialmente pelo baixo crescimento econômico e também por ainda não ter uma política mais definida para o carvão.

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