PATRIMÔNIO HISTÓRICO

Iphae deve propor plano de trabalho para recuperação do Castelo de Pedras Altas

Novos proprietários objetivam abrir para visitação pública o mais breve possível

Janelas do Castelo precisam de restauro Foto: Divulgação TP

O almoço realizado no jardim do Castelo de Pedras Altas na última sexta-feira (4) para apresentação oficial dos novos proprietários, a família Segat, de Santa Maria, também deu início ao processo de avaliação da estrutura por parte do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Rio Grande do Sul (Iphae), instituição vinculada à Secretaria de Estado da Cultura (Sedac).

Na ocasião, uma equipe fez uma avaliação dos bens internos e da estrutura do prédio, tombado pelo Estado, para uma orientação aos novos proprietários sobre como proceder para uma restauração e conservação do castelo, bem como do seu acervo e móveis para que sejam indicadas intervenções mais urgentes e procedimentos corretos para adequada conservação.

Aberturas são padronizadas e ricas em detalhes Foto: Divulgação TP

Em entrevista ao Tribuna do Pampa no início desta semana, o diretor do Iphae, Renato Savoldi, afirmou que tudo precisa de atenção, ações de conservação, manutenção e também de restauro em alguns casos. “O complexo da Granja de Assis Brasil é bastante grande, abrangendo vários prédios que necessitam passar por ações de restauro a partir de um projeto a ser definido. O acervo de bens móveis também deverá receber manutenção e restauro em boa parte do mobiliário e dos objetos, que ficaram muitos anos sem essas medidas de conservação”, destacou.

Questionado acerca das recomendações que deverão ser feitas aos novos proprietários para a conservação dos itens, Savoldi reafirmou que o objetivo da visita foi avaliar todo o complexo e o acervo para que então seja proposto um plano de trabalho visando à recuperação integral do patrimônio tombado. “As recomendações serão justamente de seguir o plano de trabalho a ser elaborado pelos técnicos do Iphae, do Departamento de Memória e Patrimônio da Sedac, da direção do Museu Júlio de Castilhos, dos proprietários e dos técnicos especialistas que por eles serão contratados para realizar as ações de preservação e restauro”, explicou.

Valioso acervo da biblioteca de Assis Brasil receberá tratamento adequado para sua conservação, visto muitos volumes terem sofrido deteriorização pela umidade Foto: Divulgação TP

Por fim, o jornal questionou quais seriam as recomendações e exigências com relação ao prédio, acervo e mobiliários diante de um dos objetivos tanto da família Segat que adquiriu a propriedade, como dos familiares de Joaquim Francisco de Assis Brasil, diplomata brasileiro que construiu o Castelo para a amada esposa Lídia Pereira Felício de São Mamede, e inaugurado em 1912, a abertura do local para visitação pública. Conforme o diretor do Iphae, o acervo é bastante vasto e passará por uma nova etapa de avaliação para que se possa ter todas as recomendações consolidadas. “Para que se possa prever uma futura reabertura, será necessário executar os projetos de restauro, conforme o planejamento a ser elaborado em parceria. Somente então será possível saber de que forma o complexo será disponibilizado para a visitação pública, a partir da própria conceituação patrimonial para o bem tombado e seu acervo”, adiantou.

Ao jornal, Luiz Carlos Segat, investidor junto aos três filhos Rafael, Gabriela e Kamilla e a esposa Claudia Trindade Pacheco Segat, reafirmou ao jornal que a idéia da família é uma restauração completa. “Faremos tudo que for necessário, porém é provável que seja por etapas. Tão logo consiga liberar para visitação será feito. É difícil determinar um prazo devido as obras serem de restauro, mas vamos procurar que seja o quanto antes”, afirmou Segat.

* Originalmente este conteúdo foi publicado no jornal impresso

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