POLÍTICA

Vereadores pinheirenses divergem sobre medidas para a crise da cidade

Vereador Gilson diz que governo não tem diretriz. Já o vereador Mateus rebate dizendo que a prioridade é o equilíbrio financeiro

Vereador Gilson diz que governo não tem diretriz. Já o vereador Mateus rebate dizendo que a prioridade é o equilíbrio financeiro Foto: Arquivo TP

 

A Câmara de Vereadores de Pinheiro Machado aguarda o comparecimento do prefeito Zé Antônio (PDT) para dar explicações ao Legislativo sobre a crise financeira e as medidas que o governo municipal vem tomando para amenizá-la. A face mais cruel da crise pinheirense é o atraso dos salários e vale-alimentação do funcionalismo público.

Enquanto o prefeito decide o dia que comparecerá, os vereadores analisaram na sessão da última terça-feira (3), a crise financeira.

Dizendo ter recebido em sua casa a visita do prefeito, o proponente da vinda dele à Câmara, vereador Gilson Rodrigues (PT), critica o governo de, segundo ele, não ter uma diretriz definida. “Após mais de um ano, não há prioridade. Não tem estradas, ruas, limpeza urbana e nem iluminação pública. Não é educação e nem saúde”, afirmou. Ao mesmo tempo, Gilson disse que apenas criticar não vai resolver os problemas, é preciso se unir para buscar recursos externos, mas voltou a cobrar um rumo para o governo. “Sou parceiro para buscar melhorias, mas é preciso uma diretriz”, assinala.

O presidente da Câmara, Jaime Lucas (MDB), destacou novamente o tempo que vem alertando sobre o agravamento da crise e que um dia esta situação iria chegar. Ele lembrou que uma cidade gaúcha com 6 mil habitantes possui 100 funcionários públicos, enquanto Pinheiro Machado com 12,6 mil possua mais de 400 entre ativos e inativos. Também lembrou o tamanho da máquina da Educação montada para atender uma realidade que hoje não existe mais. Além disso, Jaime se referiu a criação do Fundo de Aposentadoria e Previdência Social (FAPS), que deveria ter sido feito em 1991, mas só foi feita em 1998 pelo prefeito Carlos Betiollo (PSDB), que errou ao não prever um dispositivo que a aposentadoria só acontecesse depois de no mínimo, 15 anos de contribuição ao Fundo.

Rebatendo Gilson, o líder do governo na Câmara, Mateus Garcia (PDT), lembrou a escalada do pagamento de precatórios e a avalanche de ações trabalhistas na Justiça, principalmente dos professores, que estão vencendo para o pagamento do piso nacional do magistério. “O rumo do governo, vereador Gilson, é encontrar o equilíbrio financeiro, para que aí sim se volte a ter estradas, ruas, limpeza, esporte, iluminação, saúde e educação de qualidade”, disse.

Para o vereador Cabo Adão (PSDB) este governo não tem mais empurrado os problemas com a barriga. Em comparação, ele disse que a Prefeitura é como uma planta que secou e agora está sendo revitalizada. Na sua análise, a atual administração vem reparando erros grosseiros cometidos durante anos. “O Zé Antônio e o Cabral (Jackson, vice-prefeito) estão tomando atitudes nada simpáticas, mas que vão recolocar o município no caminho”, assinala.

O vereador Fabrício Costa (PSB) trouxe números do último trimestre da arrecadação do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que, segundo ele, atenuam o discurso de crise. Conforme o parlamentar, houve um aumento arrecadação a mais do que o estimado em R$ 377,4 mil nestas duas receitas. “Dizem que a crise é fruto só lá de cima, mas os números não dizem isso”, questionou.

Por fim, o vereador Ronaldo Madruga (Progressistas) afirmou que não adianta fechar escolas, reduzir insalubridade, sugar, segundo ele, de quem mais precisa. “Não será suficiente para colocar o município no caminho certo. É preciso governar com mãos de ferro. O prefeito deve mandar e não ficar a mercê de pitacos de partidos políticos e achismo. Tem muita gente fazendo experiência na administração pública, debutando. A crise não permite tubo de ensaio, e partidos querendo a cada dia colocar mais gente a trabalhar na Prefeitura. É preciso conscientizar e não fazer o município de um balcão de negócios, onde se troca cargos por apoio. O que está certo querem modificar, o que está dando resultado negativo, não buscam soluções”, criticou.

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