A administração do país começa, como era de se esperar, em ritmo de campanha política. É sempre assim, os governantes que se elegem, como sendo de oposição, começam os seus mandatos diminuindo os antecessores. Isto dá notícia por algum tempo.
Apesar de ter participado ativamente no golpe (ou será que não foi) que o beneficiava e acabou por fazer com que chegasse à presidência, Temer não foi tão ruim como era de se esperar. Se não tivesse aprovado a reforma trabalhista, que o governo enviou pequena e o congresso transformou num monstrengo, eu daria a seu governo uma nota regular, nem bom, nem ruim. Temer, com a colaboração de Meirelles, colocou o Brasil a crescer em 2018. Não foi grande coisa, em termos de percentual de crescimento, mas foi muito quando analisamos que mudou um viés de baixa para um viés de alta. Levou, aos trancos e barrancos, o país até as eleições. Teve de conviver com a lava-jato, que prende e solta, nem todos, e não está preocupada em destruir as grandes empresas do país, com grande sucesso na derrocada da construção civil de grande porte e da indústria naval, não tendo conseguido grande sucesso quando se propôs a destruir a indústria de beneficiamento de carnes. Brizola falaria em “interesses internacionais”. Ao contrário de Lula, que deixou o governo e quis permanecer em evidência, Temer deve se recolher a uma providencial insignificância e cuidar de sua família, o que não é pouca coisa, enquanto alguns vão querer condená-lo. Se Bolsonaro fizer um governo de extrema direita, será lembrado por muitos como o “vampirinho preferido”.
Ainda no primeiro semestre, poderemos ver se o novo governo tem alguma coisa a entregar, além da reforma da previdência, de algumas armas, de conflitos na política externa, aliás, onde o governo se superou nos primeiros dias buscando encrencas. Falar nestas, procurar conflitos com os árabes em favor do “tradicional estado judaico-cristão brasileiro”, estranhezas com a China em favor dos Estados Unidos, dizer que vai acabar com o socialismo no Brasil, não parece inteligente. Com todas as letras, é procurar confusão.
A Internacional Socialista é uma instituição composta por partidos políticos de 160 países, inclusive o Brasil, dezenas destes partidos nos governos destes países. A rosa vermelha é o símbolo de alguns dos partidos membros.
Andei olhando fotos do Comitê Eleitoral do PDT de Hulha Negra, de 1992. Nas paredes, símbolos do partido. Entre estes, a mão que segura uma rosa vermelha. Em Hulha Negra, no início do ano, falei brevemente com alguns membros do PDT que são Bolsonaro de carteirinha. Estão no partido errado. Nem sabem onde estão. A ignorância sempre pode ser uma justificativa para a falta de caráter.