A reforma tributária

Com a reforma da previdência no Senado, o senador Paim e outros questionam a função do Senado que, ultimamente, vem realizando um papel carimbador. Nada se analisa, tudo se carimba. Teoricamente, para o bem de todos. Não é a função do Senado, onde devem ser debatidas em profundidade as grandes questões nacionais.
Com a sociedade, calada e omissa, aceitando qualquer explicação como sendo definitiva, a reforma da previdência deve ser aprovada sem maiores alterações. O debate, até para abafar qualquer ruído, passa a ser a reforma tributária. Não se trata de reduzir os tributos arrecadados, mas de achar uma maneira mais simples de arrecadar o mesmo ou mais, disciplinando formas de arrecadar evitando sonegação.
Enquanto os políticos, que não passam de ladrões de galinhas, se contentam em roubar trocados, empresários roubam e sonegam bilhões.
Sonegar é roubar dinheiro público. Quem paga todos os tributos são os consumidores. Quando compramos um litro de leite estamos pagando todos os tributos envolvidos na cadeia produtiva do leite. Quando o imposto que pagamos foi deixado na mão de quem nos vendeu o produto, já é dinheiro público. A sonegação nada mais é do que desviar dinheiro público de sua finalidade.
Sonega-se muito neste país.
É preciso pagar muito para a Previdência uma vez que só paga quem tem emprego registrado. No mercado chamado informal, todo mundo sonega direto. Os honestos pagam pelos desonestos. É a regra.
Há três propostas de reforma tributária, uma do Senado, uma da Câmara e outra que o governo deve apresentar. Todas devem chamar setores econômicos privilegiados para a contribuição. Então a porca vai torcer o rabo. À proposta de uma nova CPMF, todos são contra. É claro. Esta é difícil de sonegar. E quem movimenta mais, paga mais. Ninguém quer. Não entre os que têm poder.
Nos próximos dois meses, muito vamos ouvir falar do tema, mas devemos avançar como na reforma da previdência, sempre de forma a achar uma maneira de fazer os mais pobres contribuírem mais para resolver os problemas. Vivemos um tempo em que os mais ricos dizem que a culpa por tudo é dos trabalhadores. Ministério do Trabalho, não precisa. Estes, parecem, andam acreditando que os mais ricos serão generosos com os mais pobres, pela primeira vez na história do país.

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