Ambulantes e negócio local

Ser empreendedor no Brasil é uma proeza. O país não possui a cultura do empreendedorismo. Nossas crianças não são estimuladas a arriscar, a vender, a comprar, a negociar. Nossos jovens estudam a exaustão para serem funcionários públicos ou no máximo profissionais liberais. Aliás, no Brasil, passar num concurso público virou sinônimo de status social e econômico.

Imaginem então ser comerciante em cidades com menos de 20 mil habitantes, como é o caso da maioria aqui da região. Os que são, merecem muito nossa consideração e apreço, pois conseguem sobreviver em meio a uma montanha de dificuldades e obstáculos. O primeiro deles é o pouco número de consumidores, escasseados ainda mais pela concorrência de centros maiores, que conseguem ter preços, condições e maior variedade.

Para piorar a situação dos nossos negociantes locais, estes sofrem concorrência diária e desleal de ambulantes, que vendem nas ruas e esquinas toda sorte de produtos – sendo que a grande maioria sem procedência e é claro, sem tributação. Como se não bastasse, volta e meia aparecem feiras da Serra Gaúcha e do centro do país, com produtos de qualidade muitas vezes duvidosa, porém com preços imbatíveis.

Do ponto de vista do consumidor e vimos isso claramente na última semana em Candiota, a questão é simples e para ele o que vale é a máxima de que o sol nasceu para todos. Entretanto é necessário criar mecanismos em nossa opinião, não para barrar a venda ambulante e casual, pois todos precisam sobreviver, mas que as condições dos locais sejam ao mínimo igualitárias de disputa, sem a carga tributária que lhe são impostas, além de funcionários, aluguel, luz, água, baixo número de consumidores e outra série de compromissos, que acabam recaindo fatalmente sobre o preço final.

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