CIDADE

Bagé é uma das cidades com gasolina mais cara do país e CPI dos combustíveis continua sem definição

Bageenses já fizeram manifestações contra preços dos combustíveis

Por Anderson Ribeiro

Uma CPI foi criada em Bagé mas ainda não há composição definida Foto: Divulgação TP

Bagé já foi o município do Brasil onde a gasolina foi vendida mais cara, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP). Essa semana, essa marca de combustível mais caro do país foi para o Acre. A Rainha da Fronteira tem variação de preços, porém, mesmo assim, são os mais altos do Rio Grande do Sul. A reportagem visitou três postos de combustíveis. Onde o valor da gasolina comum variou entre R$ 6,29 e R$ 6,69. O preço médio da gasolina no Rio Grande do Sul é o sexto maior do país, de acordo com a pesquisa semanal da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocom­bustíveis (ANP) divulgado no dia 12 de março.

Entre as 36 cidades gaú­chas pesquisadas, Porto Alegre está no 22º lugar, com média de R$ 4,352 nos 39 postos verificados pela ANP – R$ 0,02 a mais do que a média estadual. E Bagé aparece no topo da lista.

A Petrobrás ressalta que os valores praticados nas refinarias são diferentes dos percebidos pelo con­sumidor final no varejo: “Até che­gar ao consumidor, são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de biocombustíveis pelas distri­buidoras, no caso da gasolina e do diesel, além dos custos e margens das companhias distribuidoras e dos revendedores de combustíveis”.

Na metade da semana, a Petrobras anunciou que reduziu o preço dos combustíveis nas refi­narias. O preço médio de venda da gasolina passou a ser de R$ 2,59 o litro. Isso equivale a uma queda de R$ 0,11. Analistas do setor de combustíveis atribuem o preço mais alto de Bagé a uma combinação de possíveis fatores. Entre eles, está a localização do município, mais afastado de centros com maior competição, como a Grande Porto Alegre.

Outro fator, pode ser por que Bagé tem uma presen­ça menor de postos de bandeira branca, ou seja, aqueles que não são vinculados a grandes redes de distribuição de combustíveis. Isso por que, quanto maior a presença de postos de bandeira branca, maior a probabilidade de o preço ser mais competitivo. Esses postos podem não ter a mesma estrutura de um embandeirado, mas têm a possi­bilidade de comprar de qualquer distribuidora.

Conforme a última pesqui­sa da ANT, realizada em 3 postos de combustíveis em Bagé, o valor médio da gasolina comum está R$ 6,158 e o valor mínimo R$ 6,139. Já a gasolina aditivada está com o valor médio de R$ 6,257 e o valor mínimo R$ 6,239. Se você reside em Bagé e seu veículo precisa rodar com gasolina premium, isso pode ser uma péssima notícia para o seu bolso. Os valores da gasolina de alta octanagem para veículos importa­dos podem passar dos R$ 8,50 por litro na bomba, sem descontos.

MANIFESTAÇÃO – Bageenses já se uniram duas vezes para protestar contra o preço dos combustíveis na Rainha da Fronteira. Os mani­festantes percorreram postos de combustíveis durante o protesto. Apesar de uma pequena confusão, não foram registradas ocorrências e a Brigada Militar acompanhou os manifestantes.

Nos dias dos protestos, os manifestantes ressaltaram que não estão em busca de descontos, que apenas querem que o preço seja justo. Eles recolheram as notas dos postos e encaminharam ao Procon de Bagé. Os motoristas ingressa­ram nos postos, pacificamente, e abasteceram o valor de R$ 0,50 e solicitaram a nota fiscal.

CPI DOS COMBUSTÍVEIS – A cria­ção da Comissão Parlamentar de In­quérito (CPI) para investigar o alto preço dos combustíveis em Bagé foi protocolada no dia 29 de janeiro e após cumprir os trâmites legais do legislativo, os membros foram definidos durante a sessão extraor­dinária no dia 26 de fevereiro, no plenário da Câmara de Vereadores. A CPI será constituída pelos verea­dores Lelinho Lopes (PT), Rodrigo Fialho (PTB), Cláudio Xuxa (PTB), Omar Ghani (Progressistas) e Zeca (MDB). Porém, cabe ressaltar que a CPI criada no final de janeiro, mas ainda não foi escolhido o presidente e o relator.

FORMAÇÃO DOS PREÇOS – A Petrobras é dominante no mercado, a influência do preço da gasolina e do diesel começa com a empresa, mas também há a venda de em­presas privadas. Além de impostos (ICMS, PIS/Pasep e Cofins, e Cide), a diferença entre os preços das refinarias para o preço cobrado do consumidor sofre influência dos lucros do produtor ou importador, custo do etanol anidro (no caso da gasolina) e do biodiesel (no caso do diesel) e margens do distribuidor e revendedor.

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