NOSSA RIQUEZA

Carvão sob constante perseguição

Por João André Lehr

Carvão mineral é a maior riqueza de Candiota e uma das maiores da região Foto: Divulgação TP

Nos últimos tempos, não há uma só semana em que o carvão mineral, especialmente o de Candiota, não sofra algum tipo de ameaça ou ataque. Por outro lado, o mundo, que ainda é movido a carvão, titubeia em relação a esta matéria-prima usada desde a Revolução Industrial (1760-1840).
A Alemanha anunciou recentemente, sem maiores rodeios, que irá retomar a produção de energia elétrica em suas usinas a carvão para diminuir a dependência do gás natural russo.

A Suprema Corte americana acabou de restringir o poder da agência ambiental americana de determinar limites para as emissões de gases de efeito estufa (GEE). Na decisão anunciada, a Corte entendeu que a Environmental Protection Agency (EPA), criada em 1970, não possui autonomia para determinar níveis máximos de emissão às usinas de energia elétrica a carvão.

Por aqui, onde o carvão nacional representa menos de 2% da matriz de toda a matriz elétrica e está concentrado no Sul do Brasil, o insumo é atacado diuturnamente como se fosse a principal causa das emissões, quando sequer figura entre os líderes de poluição. Mas falar mal do carvão brasileiro parece que virou moda, senão vejamos.

FASE C – O anúncio recente do presidente da então estatal (agora privatizada) Eletrobras, Rodrigo Limp, de que o fechamento da Usina de Candiota (Fase C) está sendo considerada, em função do término dos contratos de fornecimento de energia em dezembro de 2024, caiu como uma bomba em Candiota e na região. A unidade gera cerca de 5 mil empregos diretos e indiretos, contando a cadeia da indústria do cimento, que utiliza as cinzas resultantes da queima do carvão como matéria-prima.

GOVERNO DO RS – O governo do Estado, com alocação de recursos no Orçamento para 2023, já pôs em marcha um projeto de descarbonização, com a chamada transição energética, prevendo o fechamento das duas únicas usinas a carvão em solo gaúcho, no caso Fase C e Pampa Sul, em Candiota.

NOVA SEIVAL – O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) confirmou recentemente em decisão colegiada – até que seja analisado o mérito de uma Ação Civil Pública movida por entidades ambientalistas -, a suspensão do licenciamento ambiental da Usina Termelétrica Nova Seival, projetada para ser construída em Candiota e Hulha Negra.

O empreendimento, orçado em R$ 7 bilhões, projeta geração de milhares de empregos em sua construção e também depois em sua operação.

EFICIÊNCIA – Para fechar os ataques, um contestado estudo aponta Candiota no topo do ranking de municípios do RS em 2020, maiores geradores de GEE e que as duas usinas térmicas da cidade são as que possuem menor eficiência energética no Brasil (ver matéria a seguir).

AUDIÊNCIA – Uma audiência aconteceu no dia 6, em Brasília, com o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida.

* Originalmente este conteúdo foi publicado no jornal impresso

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