Idealizada pelo Consórcio Público Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico dos Municípios da Bacia do Rio Jaguarão (Cideja), a Rodovia Transcampesina – pavimentação asfáltica na área brasileira de cerca de 160 quilômetros de estrada, ligando o Brasil ao Uruguai, é um projeto que há muitos anos é pauta no Consórcio, já sendo motivo de diversas reuniões e lutas dos prefeitos que integram o Cideja, assim como do Fórum das Águas e de deputados.
Na semana passada, ocorreu o anuncio de aprovação de 15 milhões de dólares (R$ 77,1 milhões na cotação desta quinta), para o projeto da Rodovia Transcampesina pelo Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem). O custo total da obra é de R$ 380 milhões.
O anuncio foi comemorado pelo deputado federal Dionilso Marcon (PT), coordenador da Bancada Gaúcha no Congresso Nacional. “A região e a Bancada se mobilizam há anos por recursos que viabilizem a obra e só foi possível agora pelo compromisso do Governo Lula em desenvolver as relações do Brasil com os países sul-americanos”, disse.
Cabe lembrar que o Focem está em atividade desde 2006. É um mecanismo solidário de financiamento próprio dos países do Mercosul. Entre seus objetivos está financiar projetos de melhorias de infraestrutura, competitividade de empresas e desenvolvimento social.
O presidente do Cideja e prefeito de Pedras Altas, Volnei Oliveira falou da importância de um alinhamento com o governo federal. “Após assumirmos o Cideja e o PT estar a frente do governo, conseguimos um enorme apoio da bancada gaúcha, do deputado Marcon, que fez as articulações necessárias para essa conquista do anuncio do recurso. Ficamos muito felizes, pois é um importante passo dado para que a rodovia saia do papel”, disse Volnei, ressaltando que a luta pela rodovia é antiga e por várias mãos, destacando a do ex-presidente do Consórcio prefeito de Candiota, Luiz Carlos Folador, que colocou a Transcampesina como prioridade do Cideja.
Em 2024, a Bancada Gaúcha, coordenada por Marcon, realizou e acompanhou diversas audiências sobre o projeto da rodovia. Desde o começo do ano, foram reuniões com os Ministérios da Fazenda, da Integração, do Planejamento e Orçamento e com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin. Mais recentemente, a Bancada esteve com a ministra do Planejamento, Simone Tebet, que reverenciou a importância desta obra para o desenvolvimento econômico e social do pampa gaúcho.
TRANSCAMPESINA
O Cideja está em contato direto com o Ministério do Planejamento, onde tramita o projeto da rodovia Transcampesina. Nesta semana, uma ligação do Ministério ao presidente do Cideja, adiantou algumas definições acerca do processo. “Recebemos a informação que será publicada a resolução da Comissão de Financiamentos Externos, a Cofiex e a partir daí há um prazo de 180 dias para o projeto. Mas deveremos contar com o apoio do governo do Rio Grande do Sul na preparação do projeto, assim como do Fonplata, que é um banco de desenvolvimento dos países do Mercocul e que apóia os projetos do Focem, como é o caso. Portanto estamos com diversos apoios e respaldos para os próximos passos que precisamos dar para que essa rodovia saia do papel”, afirmou Volnei, que adiantou que já irá marcar uma reunião com o governo do RS e Fonplata para tratar da pauta.
Importante destacar que a Cofiex é composta por diferentes órgãos da esfera federal e cuja Secretaria Executiva é a Secretaria de Assuntos Internacionais e Desenvolvimento (SEAID), do Ministério do Planejamento e Orçamento.
Cabe lembrar que o trajeto inicial do projeto da Transcampesina sai do Hospital da Colônia Nova, até as Quatro Bocas, seguindo até o Bar do Zé (Coptil), seguindo até o limite entre os municípios de Hulha Negra e Candiota, no Passo do Neto. A rodovia segue até o assentamento Oito de Agosto (Candiota) e vai até o Passo dos Carros, seguindo até o Jaguarão Chico (Pedras Altas), finalizando na ERS-608, em Herval. Ainda é discutido um trecho que vai adentrar o Uruguai, ligando a ERS-608 ao Centurion/Boti e Ruta 7.