Encontro aconteceu no fim da manhã desta segunda-feira (24), na Câmara de Candiota Foto: J. André TP
Por iniciativa do deputado estadual Luiz Fernando Mainardi (PT), que foi demandado pelos vereadores do seu partido na região, foi retomado o debate antigo para mudanças nos trevos ao longo da BR-293 e que dão acessos às sedes dos municípios de Piratini, Pinheiro Machado, Candiota e Hulha Negra.
Mainardi esteve reunido recentemente com o superintendente no RS do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit), Hiratan Pinheiro da Silva, bem como, com os vereadores da região para debater o tema. Infelizmente em meio às negociações para uma reunião conjunta com os prefeitos dos quatro municípios, uma nova tragédia foi registrada, com a morte de um casal bageense no trevo de Candiota na noite do último dia 17.
REUNIÃO – O grave acidente reforçou ainda mais a urgência do tema, sendo que no fim da manhã desta segunda-feira (24), como estava previsto, foi realizado um encontro na Câmara de Candiota, a poucos metros da BR-293. Presidida pessoalmente pelo deputado, o debate teve a presença de representantes do Dnit de Pelotas (responsáveis pela gestão dos 172km da BR-293), dos prefeitos Renato Machado (Hulha Negra), Ronaldo Madruga (Pinheiro Machado), Márcio Porto (Piratini) e Luiz Carlos Folador (Candiota), além de lideranças e vereadores dos municípios interessados. “Esta é uma pauta que une os quatro municípios e não é um tema novo, pois há muito que se fala em ações para equacionar esses locais, que são palcos de graves acidentes. Fui demandado e estamos aqui para encaminharmos soluções”, propôs Mainardi.
O deputado destacou ainda que esteve recentemente com o ministro dos Transportes, Renan Filho, em Uruguaiana, quando ele anunciou recursos na ordem de R$ 6,5 bilhões para obras de infraestrutura em estradas gaúchas, reforçando sua conversa com o superintendente local do Dnit. “Na conversa com Hiratan, que é muito resolutivo, ele me relatou a dificuldade de se fazer os projetos para mudar os trevos, mas garantiu que há recursos no Dnit para as obras”, assinalou.
PROJETOS – Neste sentido que foi proposto e aceito por todos os prefeitos, que os projetos sejam feitos pelo Consórcio Público Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental dos Municípios da Bacia do Rio Jaguarão (Cideja), que é composto pelos quatro municípios diretamente interessados, além de Aceguá, Pedras Altas e Herval.
O prefeito Folador, que preside o Cideja, afirmou que esta é uma boa saída, já que o consórcio possui a estrutura para licitar a confecção dos projetos de adequações dos trevos, que serão pagos pelos municípios beneficiados e depois doados ao Dnit, que então fará a licitação das obras. A partir da garantia dos recursos para as obras e dos projetos prontos, se acredita num prazo de seis meses para o início das modificações. “Esse é um importante encaminhamento para evitarmos mais acidentes graves. Veja a obra no trevo de Dom Pedrito, pela mesma BR, que desde então não produziu mais essas notícias ruins. Agradecemos ao deputado Mainardi pela iniciativa e de se somar a esta luta antiga”, afirmou.
O prefeito Ronaldo Madruga reforçou as horríveis estatísticas de vidas perdidas nesses trevos, dizendo que ainda se agravou com o fechamento do posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Pinheiro Machado. Ainda, o prefeito lembrou do manifesto feito no ano passado, sendo que o município enviou pedidos de providências. “Nunca houve resposta do governo federal, mas agora com uma nova administração talvez haja mudanças e somos parceiros para ajudar a bancar os projetos”, atestou.
O prefeito Renato Machado classificou a pauta como muito importante, lembrando que ainda em 2009, ele propôs formas de se reduzir a velocidade no trevo de Hulha Negra. “O Cideja é fundamental para viabilizar esse projeto”, disse.
Para o prefeito Márcio Porto, era necessária também a colocação de redutores de velocidade e da mesma forma dizendo que Piratini é parceiro para a confecção dos projetos.
RÓTULAS FECHADAS – O engenheiro do Dnit de Pelotas, Henrique Coelho, e que é o responsável técnico pelo trecho da BR-293 onde estão localizados os trevos em questão, afirmou durante o encontro, que desde 2015, quando é consultado sobre esta situação, que tem escrito nos relatórios que a solução para esses locais é o fechamento da via central (rótulas), obrigando o contorno. Porém, ele lamentou que não havia recursos para este tipo de intervenção, que custa em média R$ 4 milhões cada. “Estamos à disposição e com disposição para fazer as mudanças nesses trevos”, disse, lembrando que apesar do Dnit ser um órgão técnico, era interessante essa participação para ouvir a demanda política também.
Por fim, foi comentado que é importante a garantia desses recursos junto ao Dnit e que essa verba esteja direcionada (carimbada) para os trevos da região. Nesse sentido, Mainardi afirmou que ainda esta semana deve se reunir novamente com o superintendente regional do Dnit para relatar os encaminhamentos da reunião em Candiota e no sentido de garantir os recursos.
O deputado ainda pediu que o Dnit faça estudos para implantar terceiras faixas em alguns trechos entre Bagé e Pelotas, bem como, aponte também soluções para os trevos secundários de Pinheiro Machado e de acesso ao frigorífico Marfrig Pampeano, em Hulha Negra.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*
