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De Caçapava a Candiota: 33 cavaleiros realizaram o translado da Chama Crioula

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João Balaio e Júlio Rodrigues Foto: Gislene Farion TP

Uma semana a cavalo. De Caçapava do Sul para Candiota. Foi isso que um grupo de 40 pessoas, 33 delas montadas no lombo do cavalo, fez para garantir o translado da centelha da Chama Crioula de 2019. A mobilização dos tradicionalistas, organizada pela Associação dos Cavaleiros de Candiota (ACC), foi destacada por João Domingos, o Balaio, e Julio Rodrigues em visita à redação do Tribuna do Pampa nesta semana.

Conforme lembraram, a saída da 2ª Capital Farroupilha aconteceu no dia 26 de agosto e a chegada à Terra do Carvão, com a distribuição da centelha para os outros municípios da 18ª Região Tradicionalista (RT), se deu em 1º de setembro. “Ao longo do caminho pegamos chuva e sol – graças a Deus que neste ano bem mais tempo bom. Toda a busca da Chama é uma aventura diferente e um envolvimento diferente, porque depende muito do grupo que faz tudo acontecer”, disseram.

Além de contarem sobre a importância da equipe de apoio e dos muitos imprevistos que acontecem ao longo do caminho, Balaio falou sobre a atenção com que são recebidos para algumas horas de descanso – que garantem a conclusão da missão. “Estivemos em seis propriedades rurais ao longo do percurso. São nessas paradas que podemos tomar banho, descansar e também cuidar dos animais para que estejam em condições de chegarem bem até o destino final”, disse.

Para Julio, é notório o envolvimento que as pessoas têm com essas iniciativas dos grupos tradicionalistas. “Já passamos por muitos lugares, tem gente que abre toda a casa e faz com que a gente se sinta como se estivesse na nossa. Chega a ser estranho, porque eles não nos conhecem, mas confiam e acreditam naquilo que a gente faz”, destacou. Entre os exemplos, Fátima Dias (18 km de Caçapava) e Pedro Brasil (a 80 km) foram locais de parada entre percursos de aproximadamente de 25km.

Questionados sobre a adesão dos cavaleiros para realizar o translado da Chama Crioula neste ano, a dupla comemorou o envolvimento e até mesmo a participação de amigos do município vizinho. “Já fizemos tudo isso em um grupo bem reduzido, porque cada ano parece que vai ficando mais difícil reunir as pessoas. Dessa vez também contamos até com a participação de um casal de Pinheiro Machado, que faz parte da 21ª RT. As entidades tradicionalistas de Candiota também se mobilizaram e fizeram com que 2019 fosse muito marcante para todos nós”, disse Balaio.

Para eles, todo o empenho da Prefeitura de Candiota, através da Secretaria de Cultura, fez com que esse grande grupo fosse montado. “Podemos dizer que esse ano foi um divisor de águas diante de tudo que Candiota preparou para este setembro. Nós da ACC ficamos muito felizes por também conseguir fazer essa integração das entidades e elas se sentirem parte de tudo isso”. Os cavaleiros trouxeram a centelha até o marco da Batalha do Seival, às margens da BR-293, onde também foi apresentada uma encenação da República Riograndense. O ato reuniu um grande público e marcou a programação da 18ª RT e o início dos festejos farroupilhas.

Com a chegada do 20 de setembro, a dupla lembra que as ações da ACC acontecem durante todo o ano. A atual patronagem já trabalha na organização da busca da Chama Crioula de 2020 e reitera a luta desde que tomou posse – uma sede própria para a entidade. “Queremos deixar esse legado, porque entendemos que é importante termos o nosso lugar. Isso não vem, de modo algum, para competir com os Centros de Tradições Gaúchas (CTG), mas precisamos ter o nosso espaço para reunir o grupo e dar continuidade às ações em prol da nossa cultura de forma mais organizada possível”, registrou Balaio.

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