De futebol e outras coisas

Esta foi semana de colorado ficar feliz. O Grêmio perdeu. Daquele jeito, com direito a olé fica melhor ainda.Se depender do Internacional para ter alegria vai ser difícil.

Havia um ex-jogador e ex-treinador gaúcho que dizia conhecer um craque olhando na fotografia. Tinha suas razões. Não é muito difícil. Basta olhar uma foto do Mercado, defensor do Internacional para ver que não tem biotipo de atleta, nunca jogou grande coisa quando jovem e agora, um idoso para a prática do futebol, faz o que pode. Pouco. O ala pela direita consegue ter virtudes a menos, marca mal, apoia mal, cruza mal, chuta mal e não serve para defender a bola alta quando precisa porque tem baixa estatura, um tal de Bustos, outro argentino como Mercado. Já o uruguaio De Pena é de dar pena do torcedor que espera grande coisa dele.

O Grêmio é menos ruim, mas pelo que vi, nas poucas vezes que vi jogar este ano, contra o Flamengo, no Rio e em Porto Alegre, contra o Palmeiras em São Paulo, é um time esforçado, coisa quem nem isto se consegue ver no Internacional.

Como tudo que existe pode evoluir, para melhor ou pior, o Internacional contratou um goleiro que tem biotipo de goleiro, pode ser que dê certo, trouxe o velho Aranguiz, o chileno que quando jovem jogava muito, um atacante que nunca jogou em time grande coisa, mas que dizem ter algumas virtudes a mais do que os que se criam por aqui.

Aliás, por aqui, neste estado do Rio Grande do Sul quase nada mais se cria para jogar futebol.

Foi divagando por estas coisas do futebol que fiquei a lembrar dos anos 60 do século passado, dos tempos de Saulzinho, um dos maiores atletas da história da região da campanha, que esta semana, aos 85 anos, se mandou para o além. Dizia para o João André que tínhamos algo em comum, “fazíamos muitos gols”. Do Guarany de Bagé foi para o Vasco da Gama onde jogou de 1961 a 1965 tendo sido goleador do campeonato carioca de 1962 com 18 gols em 19 jogos. Neste campeonato jogou um certo Garrincha, pelo Botafogo.Também jogou na seleção brasileira.

Saulzinho, Calvet, Darci Menezes, como li certa vez no site do Guarany, um celeiro de craques, quase um celeiro de ases como já foi o Internacional. Faz mais de trinta anos que não sai de Bagé e região um jogador de futebol de bom nível, nem lembro se houve alguém depois de Branco, da seleção brasileira de 94.

Em muitos lugares desenvolvidos do mundo os estádios onde são praticados esportes são locais de encontro das pessoas. O Uruguai, com menos de um terço da população do Rio Grande do Sul, espalha jogadores pelo mundo as dezenas, jovens que através do esporte ganham a vida e muitos ganham boas vidas. Entre nós o esporte está sendo cada vez mais relegado a segundo, terceiro ou décimo plano.

 

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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