Não há como imaginar a dor de um pai e de uma mãe diante da morte de um filho. Portanto, isso se torna incalculável quando a perda acontece na sua frente, diante da total impotência em se reagir contra uma condição que não parece ser humana.
O noticiário nacional e internacional enche nossas casas diariamente com a violência urbana. Mas nunca imaginamos que seremos atores diretos dessas histórias, pois estamos longe dos grandes centros e vivemos em cidades pacatas.
Mas a crescente onda violenta que toma conta do Brasil e do Rio Grande do Sul não faz mais distinções e na tarde da última terça-feira, 20, ela bateu a nossa porta e nos colocou dentro de uma história que não queríamos estar vivendo ou noticiando.
A morte de um trabalhador diante de sua própria família, sem qualquer chance de reação, dentro da sua casa, é um enredo forte demais para suportamos sem sucumbir em lágrimas e lamentações. Ao mesmo tempo um sentimento de revolta e medo nos toma conta, querendo o mais rápido possível que se faça justiça e que a tranquilidade volte, se há como imaginar que um dia, após tamanha estupidez, poderemos voltar a ter paz.