Toda vez que a falta de criatividade administrativa se alia a uma forte crise financeira se juntam, a proposta de saída é sempre a mesma: venda do patrimônio público.
O fato é que a receita neoliberal, nem mesmo em seu auge, há cerca de quase duas décadas, surtiu muitos efeitos sobre as contas públicas. É um receituário pobre e que pode até dar resultado imediato, mas a longo prazo se torna desastroso.
Não que o processo de privatizações como um todo se revele errado, pois o capitalismo brasileiro precisa avançar neste sentido. Mas um processo desenfreado, sem critérios, entregando áreas estratégicas do Estado e ainda por cima com um motivo nada nobre, qual seja, de fazer caixa, nos parece um erro imperdoável.
Além dos mais, as estatais jogam papel importante na economia de um país como Brasil, em desenvolvimento. São reguladoras de mercados e atuam aonde a iniciativa privada não tem interesse e muitas vezes sequer capacidade de atuar. Elas oferecem empregos de qualidade, com trabalhadores bem remunerados e que formam uma classe média importante para o giro da economia. Também se mostram indutoras do desenvolvimento, como é caso de nossa região.