Na última terça-feira (10), aconteceu o primeiro da série de debates com os candidatos a prefeito e prefeita da região do Tribuna do Pampa. Estiveram expondo suas propostas a candidata Tanira Ramos (PL) e o candidato Fernando Campani (PT), de Hulha Negra, acompanhados por seus assessores, Rúbia Brendler e Igor Canto. O candidato Beto Dalpiva (PDT), optou por não participar do debate. Os candidatos possuíam 2 minutos para resposta e um minuto para réplica e tréplica.
SER PREFEITA (O)
Tendo como mediador o diretor do TP, João André Lehr, o debate teve início com as considerações iniciais de cada candidato que explicaram porque querem ser prefeito ou prefeita do município.
“Serei prefeita porque tenho capacidade, conhecimento, boa articulação, trabalharemos com uma equipe técnica, as pessoas certas nos locais certos para gerar desenvolvimento para o município, que apesar de pequeno, precisa se projetar nas questões econômica e social para satisfazer as necessidades dos nossos munícipes. Lutamos com três grandes linhas de trabalho e é importante que tenhamos pessoas capacitadas”, manifestou a candidata do Partido Liberal.
“Queremos tornar Hulha Negra uma cidade de oportunidades. Eu e meu companheiro e amigo André Bexiga, somos movidos pela paixão e pela razão. As pessoas acreditam na nossa capacidade, competência técnica, e de articular políticas e bem-estar a toda população. Somos sensíveis ao povo que ainda não tem estrada, que ainda não tem água potável para consumir, que derrama seu leite na estrada e seu suor e sangue porque não tem direito de ir e vir. A uma educação que não é democraticamente executada, a um povo que clama por serviços e saúde com mais humanidade, achego e carinho. Acreditamos que podemos colocar Hulha Negra no mapa dos investimentos privados, das obras públicas articuladas com o governo federal porque somos do time do Lula. Queremos dar oportunidade aos jovens que buscam emprego e trabalho. Faremos governo para todos”, expôs o candidato do Partido dos Trabalhadores.
EDUCAÇÃO
O tema foi um dos que esteve em pauta no debate, oportunidade em que a candidata Tanira Ramos questionou Fernando Campani acerca da proposta para crianças de zero a 2 anos, que precisam ficar na creche para os pais trabalharem.
“Não vamos trabalhar com a expressão creche e sim educação infantil que é a expressão correta e legal e nos desafia a tornar um espaço para formação das crianças e um ambiente adequado, acolhedor para que o trabalhador e trabalhadora possa deixar seu filho aos cuidados de pessoas especializadas. Queremos ao lado do governo Lula, resgatar um projeto que ainda não foi feito, que é uma creche, uma escola, tornando um ambiente profissional, ampliando um trabalho que já existe para atender maior público. Trabalhar de forma articulada com pais e responsáveis, com segurança para nossas crianças”, respondeu Campani.
Campani questionou Tanira sobre qual sua preocupação com o Atendimento Educacional Especializado (AEE).
“Nossas crianças precisam de um atendimento especial, apresentam vários transtornos, e precisamos ter um trabalho direcionado, para as nossas crianças não se tornem, na vida adulta, pessoas com problemas. Precisamos ter atendimentos de profissionais destas áreas, partindo até da saúde onde também precisamos de especialistas. Temos atendimentos de psicólogos, precisamos de psiquiatras, um trabalho mais amplo. Tudo parte do diagnóstico, das nossas escolas fazerem a indicação das crianças que precisam desse atendimento. Precisamos fazer parcerias com instituições, inclusive algumas de Bagé prestam atendimento, mas o município precisa além de fazer parcerias, trazer profissionais especializados, para que se desenvolvam mais dentro da nossa sociedade, estejam preparados para a vivência”.
SAÚDE
Também no bloco de tema livre, a candidata Tanira questionou o candidato Campani sobre as ações para chegar saúde de qualidade a todas as comunidades.
“É uma vergonha, doloroso sentir a população desassistida no nosso interior, lá nos assentamentos do extremo sul do município as pessoas procuram a Colônia Nova para uma consulta. As pessoas não têm o atendimento básico e é uma pena que o candidato que representa o atual governo não esteja aqui com a gente. Vamos mudar este cenário quando colocarmos políticas de promoção da saúde, serviços técnicos profissionais através do Estratégia de Saúde da Família que é o grande eixo de trabalho para proporcionar uma ação descentralizada, articulada com os agentes comunitários de saúde. Isso vai permitir que os postos de saúde, inclusive os que eu construí na época em que fui prefeito sejam resgatados com profissionais que atuam na área da saúde para melhor acolhimento e monitoramento do estado de saúde da população. Tenho essa obrigação como prefeito e como biólogo para tornar a saúde mais eficiente e acessível a toda população”, respondeu Campani.
Na réplica, a candidata Tanira manifestou: “Precisamos de uma equipe volante que faça o trabalho no interior, voltada para a prevenção e tratamento dos casos agudos. Isso é importantíssimo para que essas pessoas possam ter um atendimento mais próximo. Ontem tivemos um caso muito desagradável, uma pessoa precisando de transporte para fazer um exame em Bagé, uma paciente cardíaca, não teve o respaldo do poder público, de poder pegar ela e levar até o exame que já estava marcado. Ora, quantos veículos temos na prefeitura para fazer esse trabalho, algo emergencial, necessário”, questionou.
Os candidatos ainda falaram sobre os temas “limpeza urbana”, “desenvolvimento econômico”, “agropecuária” e “esporte” além de agroindústrias.
Os debates possuem o patrocínio de O Sacolão Rede Super, Cadesul materiais de construção, Posto Balinhas, Balinhas materiais de construção, Rede Conesul e apoio de Stúdio Clarisse Froner.
Candidatos respondem ao TP sobre o tema água
O segundo bloco do debate iniciou com a pergunta elaborada pelo jornal Tribuna do Pampa, feita pela jornalista Silvana Antunes. A pergunta foi única para que Tanira Ramos e Fernando Campani respondessem de forma igualitária. Confira abaixo a pergunta do TP e logo após a resposta dos candidatos:
A água de qualidade e em quantidade ainda é um desafio para o município de Hulha Negra. A sede do município é abastecida por poços artesianos que possuem dificuldades tanto em qualidade como em quantidade. Na zona rural o drama é ainda maior. Qual o seu plano para resolver essa situação que assola o campo e a cidade?
TANIRA RAMOS (PL)
A candidata fez referência a Estação de Tratamento de Água (ETA) e poços artesianos. “Temos uma ETA instalada na Trigolândia que ainda não está em atividade, com água que vai vir da barragem de Seival e já chamamos na Câmara de Vereadores o prefeito para nos explicar porque tanta demora pra poder canalizar, beneficiar essa água para poder levar pra dentro do município de Hulha Negra. A tubulação que sai da barragem já foi colocada, a ETA está construída e o prefeito falou em uma audiência pública que dependia de um biólogo, uma pessoa técnica para trabalhar nessa ETA. A Câmara fez sua parte, liberou essa contratação e questionou quando vão iniciar as atividades, mas não tivemos resposta, não foi objetivo. Precisamos dar ênfase pra isso, colocar em atividade essa ETA e atender o interior. Como fazer isso, precisamos buscar novo poços artesianos, porque não, precisamos fazer um estudo de solo para chegar nesse propósito”.
FERNANDO CAMPANI (PT)
O candidato também fez referência a ETA e serviço de saneamento. “A água é em um tema que ultrapassa a questão de canos e reservatórios, é um tema de saúde pública, e portanto, quero falar como candidato a prefeito e depois como especialista na área de saneamento. Temos um índice de doenças diarréicas que vem de veiculação hídrica por má qualidade no interior e a infrequência na qualidade do abastecimento na sede do município, por problemas biológicos e químicos pela própria natureza da água subterrânea que a origem majoritária do abastecimento da nossa cidade. A sede do município passa por um colapso, está em um limiar de preocupação que nós, em janeiro, temos que estabelecer isso como ação prioritária, não só com o interior com programas de abastecimento com pequenas Estações de Tratamento de Água, mas também colocando na área urbana aquela ETA que tem uma lei municipal, 15.072 de 2016 que coloca a ETA a serviço do município e com investimentos necessários da prefeitura para colocar frequência, volume e armazenamento suficiente para colocar uma rotina de poucas falhas. No interior, vamos construir condomínios de água, em parceria com as comunidades e serviços de saneamento que serão instalados por nós através de uma pequena fundação ou setor especializado em tratamento, manutenção e monitoramento da qualidade da água”.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*