FALTA DE CHUVA

Em Candiota, lavoura de soja apresenta o maior prejuízo em função da estiagem

O prejuízo nas lavouras (milho e soja) já está passando de R$ 14 milhões. Na bacia leiteira o prejuízo já está em torno de R$ 270 mil

Na região, em grande parte, os campos estão totalmente secos Foto: Divulgação/TP

O prefeito de Candiota Luiz Carlos Folador assinou o decreto nº 4.512/2023, nesta segunda-feira (9), que declara em situação anormal caracterizada como situação de emergência nas áreas urbana e rural do município de Candiota afetada pela estiagem.

Nas considerações para o decreto se destaca o baixíssimo índice de chuvas nos últimos meses e que também nos próximos 20 dias não há previsão de precipitações significativas. Já há falta de água para consumo humano e animal no interior.

O decreto prevê, dentro da legalidade, uma série de medidas a serem tomadas pela municipalidade para amenizar os prejuízos e consequências da falta de chuvas.

Anteriormente, em outro decreto, a Prefeitura já previu escassez de água potável, elencando uma série de medidas para economia e também a denúncia de desperdício.

O coordenador municipal da Defesa Civil, que assinou o decreto de emergência junto com o prefeito, Flávio Sanches, informou que o município está distribuindo água no interior com um caminhão-pipa desde dezembro e em locais de difícil acesso vai a viatura da Defesa Civil.

Defesa Civil de Candiota está levando água no interior desde dezembro Foto: Divulgação/TP

EMATER – De acordo com a chefe do escritório local, Hulda Alves, desde setembro os índices pluviométricos estão abaixo da média mensal, se agravando mais em dezembro, o que contabilizou sérios prejuízos tanto no abastecimento de água humano e animal, como nos setores produtivos.
De acordo com laudos da Emater, a lavoura de soja apresenta o maior prejuízo devido ao agravamento da estiagem durante o mês de dezembro de 2022 até o presente momento. “O que atingiu principalmente as lavouras precoces que correspondem a 20% da área plantada, apresentando perdas em pleno período de germinação e desenvolvimento vegetativo, as lavouras implantadas em outubro estão em florescimento e algumas começando o enchimento de grãos em estresse hídrico”, falou Hulda.

Outro reflexo foi a diminuição da área plantada em 5%, em razão da falta de umidade nos solos, fator que está sendo agravado diariamente. “E agora já está fora do período para replantio de acordo com o Zoneamento de Risco Agroclimático”, explicou a chefe do escritório. O prejuízo nas lavouras (milho e soja) já está passando de R$ 14 milhões. Na bacia leiteira o prejuízo já está em torno de R$ 270 mil. “Essas informações já fazem parte do Laudo Técnico da Emater que embasa o Decreto Municipal de Situação de Emergência”, comentou Hulda.

PRODUTOR RURAL – O produtor de Candiota, desde 2007, Lucas Daniel Souza relatou que ainda não tinha enfrentado uma seca assim. “Na minha propriedade tem uma sanga que desde que eu cheguei no município nunca tinha secado em estiagens anteriores, mas neste ano secou”, relatou.
Quando à sua produção, ele contou ao TP que na soja precoce já há quebra e o que foi plantado na resteva de trigo vai ter que ser replantado. “Estamos aguardando a chuva para replantar, já passou a fase de plantio, mas vamos replantar e ver o que vai dar, é a primeira vez que vamos fazer replantio tão tarde”, lamentou.

Lucas ainda finaliza falando que o produtor sempre enfrenta adversidades, mas que isso não é motivo pra desistir. “Nós agricultores estamos sempre olhando para o céu esperando chuva, rezando pra não dar temporal, a gente sempre passa por essas situações, mas temos orgulho de ser agricultor”, finaliza.

*Especial Estiagem

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* Originalmente este conteúdo foi publicado no jornal impresso

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