EDUCAÇÃO

Em unanimidade, vereadores candiotenses dizem apoiar comunidade para o não fechamento da escola Seival

Uma reunião com a comunidade está marcada para a próxima segunda-feira (7)

Vereadores e vereadoras de Candiota disseram apoiar a luta pela escola Foto: J. André TP

Outra importante pauta debatida na Câmara de Vereadores e Vereadoras de Candiota na segunda-feira (31) foi a escola Seival, fechada desde o dia 2 de junho em decorrência de um incidente na merenda envolvendo cerca de 40 alunos do educandário. O local permaneceria fechado por 20 dias e as crianças foram realocadas na escola municipal Santa Izabel, no interior do município até que a escola Seival fosse liberada pelas autoridades policiais, fato que ainda não ocorreu.

O assunto entrou no debate em decorrência de uma manifestação silenciosa realizada por representantes da Associação de Moradores de Seival (Amors) e comunidade, que portando cartazes, permaneceram no plenário Gregório Ferreira durante a sessão ordinária. A comunidade pedia o não fechamento da escola estadual na localidade e a continuidade do ensino fundamental.
Cabe lembrar ainda, que na segunda-feira o líder comunitário vice-presidente da Amors Denílson Aquere, que está a frente da mobilização contra o não fechamento da escola, informou ao jornal que esteve reunido com a titular da 13ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), Mirieli Barbosa, oportunidade em que ela teria confirmado que a chave da escola está com o município de Candiota.
O jornal, na ocasião, tentou contato com o secretário de Educação de Candiota, por meio da assessoria, que afirmou que uma nota oficial seria divulgada, mas até o fechamento desta edição o TP não obteve retorno.
APOIO UNÂNIME
Os nove vereadores candiotenses manifestaram apoio a mobilização pelo não fechamento da escola Seival. Confira abaixo os pronunciamentos.
– DANILO GONÇALVES (PT) – “Ficamos tristes com essa questão da escola. Ao invés de levar mais coisas para Seival, o pouco que tem estão querendo tirar e as crianças precisam se deslocar da comunidade. Nada contra a escola Santa Izabel, mas isso é inadmissível.”
– GUILHERME BARÃO (PDT) – “A secretária estadual de Educação, Raquel Teixeira, não atende ninguém, isso dito pelo deputado que prestei apoio. Liguei para a 13ª CRE e a coordenadora Miriele Barbosa também não atende, mas fui informado que esteve um homem lá reivindicando, acho que tu né Dé? Mas onde estamos? Um governo que se diz voltado para a educação o que faz? Fecha a escola. Soubemos do episódio, que a tampa do liquidificador foi triturada, mas não é motivo para fechar a escola. Se pune os errados, mas não se fecha escola. O PDT é contra radicalmente, embora o meu partido, de boca, esteja junto com o Eduardo Leite. Mas eu não concordo e não votei. Temos um prefeito que é do partido do vice Gabriel Souza e temos um vice que é do partido do Eduardo Leite. Não vamos deixar de buscar, mas temos autoridades maiores que a Câmara de Vereadores que precisam defender de fato a educação, os alunos. A escola Santa Izabel é bem estruturada, mas quem não quer um filho na porta de casa?”
– GILDO FEIJÓ (MDB) – “Este movimento que está sendo feito hoje aqui tem que ser levado para o governo do Estado. Quem pode fechar ou abrir uma escola estadual é o governador ou secretário de Educação. Não podemos vincular ao governo municipal o fechamento da escola de Seival. O que o governo municipal fez e com maestria foi dar dignidade aos alunos que estavam sem aula em uma escola que estava fechada. Esses alunos estão sendo muito bem tratados como é dever nosso, cuidar das nossas crianças. A luta da comunidade de Seival é justa e contem com o apoio do nosso gabinete, vamos onde tiver que ir para ser retomada nossa escola de Seival. É triste fechar uma escola. Todos juntos pela escola, se é essa a vontade, estamos juntos para que ela permaneça funcionando e com qualidade”.
– ADRIANO REVELANTE (MDB) – “Me coloco à disposição para ajudar para não ocorrer o fechamento da escola Seival, não queremos o fechamento da escola”.
– LEO LOPES (PTB) – “Fui procurado pelo pessoal do Seival e acredito que aqui não tenha nenhum vereador que seja a favor ao fechamento da escola. A Lei de Diretrizes e Bases (LDB) diz que o ensino fundamental é responsabilidade do Estado e é dele que vamos cobrar. Não existe secretária que não vá nos receber, pois ela estará infringindo uma lei, a lei de zoneamento, que diz que toda criança de 4 anos deve estudar em escolas da sua região, no entorno dos seus lares. No momento em que o Estado não provê isso, está infringindo uma lei e vamos cobrar. Não adianta secretária ter PHD em línguas como vi no currículo e não ter sensibilidade. No mesmo instante em que ele (governo) fecha a escola Seival ele (governo) investe milhões em sete escolas de Santa Maria. Porque isso? Talvez pelo capital político que se encontra lá e não há aqui no nosso município. Contem comigo”.
– MARCELO GREGÓRIO (MDB) – “O vereador e presidente da Câmara disse ter conversado por telefone com a coordenadora regional de Educação e sugeriu que fosse montada uma comissão da Câmara com representantes da comunidade para ir até a CRE e se preciso, até a Secretaria do Estado. Garanto, vereador Guilherme, que a secretária estadual vai receber, assim como se tiver que ir até a Casa Civil e ao governador Eduardo Leite. Falo como vereador do PSDB que tem posição e a defesa da escola de Seival podem contar comigo, pois sou do lado do governador Eduardo Leite e do vice Gabriel Souza, mas não concordo com tudo e aquilo que eu não concordar, dentro de argumentos, vou defender junto a minha comunidade em todas as instâncias. Acho que foi legítimo a Secretaria de Educação de Candiota que acolheu as crianças e está oferecendo ensino de qualidade, mas ali no Seival há um local histórico e que, respeitando o passado é preciso olhar para o futuro”.
– LUANA VAIS (PT) – “ Estou satisfeita, se os meus colegas tem a mesma posição é porque talvez o prefeito também tenha a mesma posição. O que nos causa estranheza é que a gente não viu em momento algum o prefeito se posicionar, embora seja uma escola do Estado, parece que houveram reuniões entre o prefeito e a coordenadora Mirieli. Não quero acreditar que seja verdade que a coordenadora entregou a chave da escola para o prefeito, pois desta forma foi compactuado, o que é muito ruim. Não houve debate com a população. Sabemos que a LDB prevê o ensino por meio de uma parceria entre Estado e município e isso tem feito com que o Estado tenha empurrado para os municípios o ensino fundamental. Houve um fato na escola e me parece que a coordenadora se aproveitou disso para fechar a escola do Seival. Tem que haver um pronunciamento do prefeito, me parece que tudo acontece de portas fechadas”.
– ATAÍDES DA SILVA (PT) – “Desde o primeiro dia que as crianças foram para a Santa Izabel eu se fosse pai não concordaria, pois não foi justo tirar as crianças de uma escola antiga como a do Seival e levar pra lá. Temos que nos unir, sem pensar em política, olhar para quem nos colocou aqui e lutar para que essa escola continue ali. Acredito que a secretária vá nos receber, pois alguém manda nela e esse problema tem que ser resolvido. Estou junto, vocês podem contar comigo”.
– HULDA ALVES (MDB) – “Me apavorei quando comecei a ver tantos vídeos, fui em busca de informações e obtive retorno de que a escola está ainda sob investigação policial e pericial devido ao episódio da merenda. Estou na luta junto com vocês, guardem os cartazes, façam com letras maiores, porque precisamos ir ao governo do Estado. O município de Candiota está cuidando momentaneamente de 65 alunos com transporte escolar e com aulas de turno inverso. A história não pode parar, Seival deveria ser o nome do nosso município por ser a comunidade mais antiga. Vamos lutar para que a escola de Seival siga sendo um patrimônio histórico, cultural, educacional e afetivo da comunidade”.
REUNIÃO
Segundo apurado pelo Tribuna do Pampa, uma reunião entre a comunidade de Seival, a 13ª CRE e Prefeitura de Candiota está agendada para a próxima segunda-feira (7), a partir das 18h30, no PTG Combate do Seival.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO

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