POLÍTICA

Fato de prefeito não ter falado durante ato da doação das casas da CGT Eletrobras, repercutiu no Legislativo em Candiota

Pronunciamentos aconteceram na sessão ordinária desta semana no Legislativo candiotense Foto: Reprodução TP

No sábado (21) o anúncio de doação das casas da CGT Eletrobras a moradores das vilas Residencial e Operária e da cidade de São Jerônimo, gerou emoção, alegria e repercussão entre os presentes que esperavam há muito tempo por um desfecho dessa questão.

Contudo, outro acontecimento foi o fato do prefeito de Candiota, Luiz Carlos Folador, não ter sido convidado a fazer uso da palavra apesar de compor o cerimonial – fato que repercutiu também na Câmara de Candiota, sendo assunto de todos os vereadores e vereadora na sessão desta semana. Confira os pronunciamentos:

 

– Adriano Revelante (MDB) – o vereador disse que apesar de ter ficado feliz com a demanda, não poderia deixar de falar na falta de respeito com o prefeito Folador. “Tínhamos várias autoridades e simplesmente os organizadores esqueceram que tinha um prefeito que fez mais de 20 viagens correndo atrás da solução da moradia das casas. Parece que todo o trabalho feito pela equipe da Prefeitura não valeu para pessoas que isolaram o prefeito, que sempre disse que as casas podiam ser doadas”.

 

– Jonas Morais (MDB) – disse fazer coro ao vereador Adriano, pois precisava se fazer representado. “Fiz parte de uma equipe que fez levantamento das casas e pessoas. Achei muito deselegante, não me senti representado, pois precisava da fala do Poder Executivo e a pessoa magna é o prefeito, independente de partido, classe, religião ou time de futebol. Gostaria de ter visto o meu prefeito ter dito com suas palavras do sentimento que estamos”.

 

– Marcelo Gregório (MDB) – o presidente da Câmara destacou o sábado como um dia memorável, mas afirmou que o governo federal ficou pequeno ao tomar a atitude de cercear o direito de fala do representante legítimo do município. “Ficou feio, ficou chato, nas redes sociais só o que se fala é desta falta de elegância que houve por parte da organização do evento, por parte do governo federal. Espero que o nosso secretário de comunicação social não trate a imprensa com mordaça, porque nós não lutamos tanto para mudar esse país na última eleição, e olha que quem está falando aqui é um eleitor do presidente Lula, e eu fiquei triste, muito triste”. Marcelo ainda lembrou que durante o lançamento da pedra fundamental da Fase C em 2006, quando o presidente Lula esteve em Candiota e ele estava como prefeito, fez uso da palavra. “Eu falei, sabem por quê? porque ali estava um estadista, um homem que tem a sensibilidade do povo, são essas as virtudes que fazem um líder, quando não as temos, acontece o que aconteceu. Há um trabalho de muitas mãos, muitas pessoas. Isso não é conquista de um partido político, isto é conquista de uma sociedade organizada”.

 

– Danilo Gonçalves (PT) – o vereador disse estar feliz porque graças ao presidente Lula aconteceu a doação das casas. Ele disse concordar que há injustiças e que no processo aconteceu luta de todos, inclusive dos vereadores. “Quanto às casas, existe falha sim, é uma conquista de todos. O Folador, todos tem participação. Somos prefeito e vereador de todos, não só do Partido dos Trabalhadores. Todo mundo trabalhou e tem participação”.

 

– Leonardo Lopes (PTB) – o vereador se manifestou também como morador da Vila Residencial, lembrando que o trabalho começou com o prefeito Folador, entidades e associações que se somaram. “Quero fazer coro aos colegas quanto ao ferimento de um dos princípios da administração pública, o da impessoalidade. Ainda que confrontadas as siglas partidárias, acho que temos que saber reconhecer, então fica aqui a minha lástima por essa situação que ocorreu”.

 

– Luana Vais (PT) – a vereadora destacou como esplêndido o desfecho de uma luta de quase três anos. Ela disse respeitar a posição da empresa CGT, que foi quem definiu, organizou e contratou o ato. “Apenas ajudamos na organização da estrutura, mas não vou contestar aqui o presidente e toda diretoria da empresa, que definiu não ter fala política, porque eu poderia contestar também, afinal acompanhei o processo desde o início”. Luana disse ver o desespero de lideranças políticas em mostrar quem fez mais. “Acompanhamos todo processo e sabemos todos que participaram, ninguém está dizendo aqui que o prefeito Folador não pediu doação, ele pediu quando tínhamos um presidente que não dialogava e quando elegemos um presidente popular conseguimos conversar, sugerir e foi essa ação que o ministro Pimenta teve a pedido do presidente Lula, que tratasse a nossa questão com carinho. A vitória é de todos nós, infeliz daquele que não está comemorando hoje e se apegando a coisas pequenas”.

 

– Gildo Feijó (MDB) – lembrou de estar em Brasília, acompanhado do Flávio Sanches e do Murilo da Luz quando o prefeito Folador assistia um vídeo de um morador de mais de 60 anos em uma casa que dizia que não tinha como pagar. “E a gente olhava para o Folador e via as lágrimas correndo do seu rosto, e ele dizia ‘eu juro pela minha mãe que ninguém vai sair dos seus lares, isso é uma promessa que eu faço’. É lógico que devemos comemorar esta vitória construída há muitas mãos, mas não de alguns de última hora querendo pegar o barco ou querendo sentar na janela. Transformar um ato público onde teve verba pública, com notícias saudáveis para toda população em um palanque político, uma antecipação de campanha eleitoral, não podemos concordar. Cercear aqui o direito da autoridade máxima se manifestar em uma luta que ele vem travando desde o primeiro dia é medo sim do resultado do ano que vem”.

 

– Guilherme Barão (PDT) – o vereador disse que o tema das casas traz alegrias, mas da forma como algumas ações foram feitas lhe traz preocupação. “Primeiro que o prefeito é autoridade máxima, e como tu vai entrar dentro da casa que eu administro e não vai deixar eu falar? Muito errado. Estou falando como cidadão, morador de Candiota, não estou aqui para defender A, ou B ou C. Entrar aqui e não deixar falar é querer mandar e eu repudio esse tipo de atitude de qualquer empresa. As hierarquias tem que ser respeitadas, pois senão não estamos em uma democracia”.

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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