NEGOCIAÇÃO

John Deere e PellCo estão próximas de acordo para indústria de pellets em Pinheiro Machado

Direção brasileira da gigante de maquinários agrícolas esteve na fazenda Guarda Velha e negócio prevê fornecimento de equipamentos e tecnologia no manejo florestal

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O encontro entre a direção da PellCo e da John Deere aconteceu na última sexta-feira (15) Foto: J. André TP

Liderados pelo presidente para o Brasil da John Deere, o gaúcho Paulo Hermannn, a direção nacional da gigante mundial de maquinário agrícola esteve visitando na última sexta-feira (15), a fazenda Guarda Velha, em Pinheiro Machado, no intuito de avançar num acordo entre a multinacional e a empresa PellCo – responsável pela implantação da indústria de pellets no município. O estafe da John Deere brasileira – que tem a indústria no interior de São Paulo -, foi recepcionada pessoalmente pelo empresário paulista Luiz Eduardo Batalha, buscando os executivos no aeroporto de Bagé.

Batalha, que é o proprietário majoritário da PellCo e também dono da fazenda Guarda Velha, fez questão de mostrar a Hermann e seus diretores, todo o funcionamento da indústria de azeites e azeitonas em conserva, que mantém na propriedade. Antes de falarem do negócio propriamente dito, os executivos, passearam pelo imenso pomar de oliveiras, quando assistiram a colheita – que está em pleno desenvolvimento, bem como, viram a produção in loco do azeite, além de terem participado de uma degustação ministrada pela especialista em azeites, a espanhola Beatriz Maeso, que é contratada dos Azeites Batalha e uma das estrelas bianualmente da Expoliva, na cidade de Jaen, na Espanha. Também, a comitiva foi recepcionada com um típico churrasco gaúcho.

Batalha mostrou a Hermann a colheita de azeitonas Foto: J. André TP

Com exclusividade, o jornal Tribuna do Pampa acompanhou o encontro, que também teve a presença de diretores do banco John Deere e do deputado estadual Ernani Polo (Progressistas).

Conforme Batalha, a reunião foi para selar a relação entre a PellCo e a John Deere, no sentido do estabelecimento de uma nova filosofia de colheita e baldeio florestal, que além da colheita tradicional de toras, visa introduzir o aproveitamento total da floresta, com a geração da biomassa residual de pontas, galhos, cascas e tocos para utilização como energia na secagem dos pellets e geração de energia na termelétrica, que vai abastecer todo o complexo industrial e gerar excedente para o sistema elétrico nacional.

Ao fim da reunião, o presidente da John Deere saiu satisfeito e empolgado com a possibilidade do acordo. “Este projeto é muito importante e traz novos ares para a Metade Sul do RS – tão carente de investimentos. Temos grande interesse nesta parceria”, avalia, elogiando a postura do empresário Batalha, que segundo ele é mais que um visionário apenas. “Ele é um realizador”, destacou.

Para o deputado Ernani Polo, que acompanha juntamente com o deputado Fábio Branco desde o início o projeto, esta é mais uma etapa cumprida rumo a implantação da indústria de pellets.

Diretores da John Deere assistiram a um vídeo institucional sobre a indústria de pellets Foto: J. André TP

A PARCERIA – A produção inicial da PellCo será de 900 mil toneladas por ano de pellets e que serão destinados totalmente ao mercado externo. Para tanto serão utilizadas as toras descascadas. A produção destas toras, por sua vez, requer a colheita anual de dois milhões de metros cúbicos (m³) de madeira, que gerará cerca de 600 mil toneladas de biomassa.

O desenvolvimento específico da John Deere em conjunto com a PellCo objetiva mecanizar estas operações, além do transporte para a indústria esta biomassa ser de forma eficiente e dentro de parâmetros aceitáveis de custos.

O desenvolvimento mais significativo consiste no acoplamento nas máquinas de colheita tradicional de florestas, um equipamento denominado de Harverster, que faz feixes das pontas e galhos. O Harverster colhe individualmente cada árvore e seu disposto corta os troncos no tamanho desejável. A diferença com o implemento enfardador consiste em receber a biomassa com diâmetro abaixo de 13cm. Esta biomassa originalmente se deixava no campo e agora, a PellCo agregará valor na geração de energia”, destaca Batalha.

O outro desenvolvimento diz respeito a remoção dos tocos que tanto atormenta os produtores, quanto aos procedimentos para a formação de um novo ciclo de plantio. A tecnologia consiste na implantação de um cabeçote nas máquinas para a extração individual dos tocos logo em sequência à colheita.

O conjunto considera ainda a adaptação dos equipamentos de colheita e baldeio para as condições da cultura dos pinos na região, especialmente em Piratini e Canguçu, onde os terrenos apresentam maiores declividades, densidade de plantio e operações escalonadas de desbastes. A operação de desbastes consiste na colheita seletiva de árvores de forma que as remanescentes possam desenvolver mais rapidamente com a abertura de espaço na disputa por nutrientes e luminosidade. Os pinos têm especial interesse para a PellCo para a produção do pellets residencial utilizado no aquecimento doméstico, condomínios, hospitais e hotéis.”A parceria da John Deere com a PellCo proporcionará em breve uma grande movimentação na região no que concerne as atividades florestais. A parceria estende-se para as atividades de plantio florestal a criação e manutenção de estradas. A mão de obra direta envolvidas nas operações de plantio, colheita, baldeio e transporte florestal gerará cerca de 800 postos de trabalhos”, lembra o empresário.

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