OPERAÇÃO OFF ROAD

Licitação sobre compra de caminhões pela CRM é investigada

Vários mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Candiota, Santa Cruz do Sul e Porto Alegre. Presidente da estatal pediu a exoneração do cargo

Polícia cumpriu mandados na sede da CRM em Porto Alegre Foto: Polícia Civil/Especial TP

Durante os três primeiros dias desta semana (14, 15 e 16), a Polícia Civil, por meio da 1ª Delegacia de Combate à Corrupção (1ª DECOR), da Divisão Estadual de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (DCCOR), deflagrou a Operação Off Road.

Segundo a Polícia Civil, a operação tem por objetivo investigar um suposto direcionamento licitatório e possível associação criminosa na Companhia Riograndense de Mineração (CRM). A licitação foi feita em 2022 para a aquisição de três caminhões do tipo fora de estrada. Durante as ações, conforme a polícia, foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão nos municípios de Candiota e Santa Cruz do Sul, com apreensão de diversos celulares e documentos que subsidiarão a investigação. Também foram cumpridos três mandados em Porto Alegre, na sede da CRM e residências, quando um funcionário da estatal foi preso por parte ilegal de arma de fogo. Com ele também foram encontradas 90g em pequenas barras de ouro.

Segundo o delegado Max Otto Ritter, responsável pelas investigações, foi apurado que, “durante a aquisição de bens para compor a frota de uma empresa de economia mista (no caso a CRM), veículos dos modelos Randon Perlini e RD 470, estes foram adjudicados pelo valor aproximado de R$ 2,1 milhões. Além disso, diversas ações apontam que uma empresa particular ofertou previamente os bens para a referida empresa, tendo a anuência dos diretores, e que, a partir deste momento, ocorreu uma série de atividades que culminaram com a empresa ofertante como vencedora do certame”.

Ainda conforme a Polícia, as investigações seguem para identificar todos os acusados por suposto delito licitatório contra a Administração Pública.

 

DENÚNCIA ANÔNIMA

 

Conforme reportagem do portal GZH, em novembro de 2022, depois de receber denúncias anônimas sobre possível má gestão de dinheiro público pela Companhia, uma auditoria especial da Contadoria e Auditoria-Geral do Estado (Cage) verificou a situação dos caminhões comprados pela CRM. Ainda de acordo com a reportagem, a apuração interna, que detectou anormalidades no processo de compra e defeitos nos veículos, foi enviada para a 1ª Delegacia de Combate à Corrupção do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). “A investigação começou com a Cage, um órgão de fiscalização do Estado, e foi enviada para a polícia, que faz parte desta engrenagem de combate à corrupção. Temos ótima parceria com os órgãos de fiscalização, inclusive, convênio com a Cage para facilitar essa troca de informações. Esse tipo de fraude, de direcionamento a partir de contatos prévios, é muito comum”, destacou a GZH, a delegada Vanessa Pitrez, diretora do Deic.

Na mesma matéria é referido que os caminhões adquiridos apresentaram defeitos antes do primeiro mês de uso e que em seguida pararam de operar.

Na reportagem do jornal Correio do Povo, duas empresas são citadas como investigadas: Massa Mineradora Eireli e Terrafácil Terraplenagem Ltda.

Nomes de pessoas não foram divulgados pela polícia, porém são investigados até agora, três servidores do quadro da CRM, o até então diretor-presidente da estatal e dois empresários.

 

DEFESA

 

Veja no box, contraponto em entrevista exclusiva concedida ao TP pelo até então diretor-presidente da CRM, Melvis Barrios Júnior, que pediu exoneração do cargo nesta quinta-feira (17).

 

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