FUTURO DO CARVÃO

Ministério deve analisar situação e possibilidades para a Fase C

Audiência publica realizada na última quarta-feira (6) com o ministro Adolfo Sachsida foi considerada positiva por quem participou

Prefeito Folador conversou com o ministro Sachsida após a audiência Foto: Divulgação TP

A entrevista dada há pouco mais de um mês pelo presidente da Eletrobras, Rodrigo Limp, de que a descontinuidade da Usina de Candiota (Fase C) estava sendo considerada pela então estatal (a Eletrobras foi privatizada recentemente), caiu como verdadeira bomba na cidade e região.

Desde então, as lideranças políticas e comunitárias trataram de se movimentar para marcar uma audiência com o novo ministro de Minas de Energia, Adolfo Sachsida, para abordar o assunto, bem como, sobre o futuro do carvão mineral. O encontro com o ministro estava marcado para o dia 31 de maio, contudo, de última hora foi reagendado.

Finalmente, no início da noite da última quarta-feira (6), a audiência ocorreu na sede do Ministério em Brasília, sendo comemorada por quem participou da reunião, que esteve bastante concorrida e com peso político importante.

A audiência foi agendada pelo deputado federal de Santa Catarina, Daniel Freitas, pelo deputado federal gaúcho Giovani Cherini e pelo deputado estadual Paparico Bachi (todos do PL).

A presença de diversas autoridades e lideranças deu peso político ao encontro Foto: Divulgação TP

PESO POLÍTICO – Como dito, a audiência teve bastante representatividade política. Candiota estava presente com uma comitiva formada pelo prefeito Luiz Carlos Folador (MDB) e pelos vereadores Ataídes da Silva (PT), que preside a Câmara, Gildo Feijó (MDB) e Guilherme Barão.

Além dos três deputados já mencionados que marcaram a agenda no Ministério, também estiveram presentes os deputados federais gaúchos Ubiratan Sanderson (PL), Lucas Redecker (PSDB) e a assessoria do deputado federal Afonso Hamm (Progressistas); os deputados federais de Santa Catarina Geovania de Sá (PSDB), Ricardo Guidi (PSD) e Coronel Armando (PL), além do deputado federal do Paraná, Pedro Lupion (Progressistas). Também, o senador catarinense e ex-governador, Esperidião Amin (Progressistas) marcou presença. Por fim, ainda participaram o presidente da Associação Brasileira do Carvão Mineral (ABCM), Fernando Zancan, e o diretor-presidente da Copelmi, César Faria.

POSITIVA – Com todos os participantes que o TP conversou ou que nos enviaram áudios, fazendo uma análise da audiência, a avaliação foi sempre positiva do encontro.

Por cerca de 1h20, o ministro mais ouviu do que falou, porém se mostrou, segundo pessoas que participaram, muito atento e sabedor da realidade de Candiota e as consequências desastrosas que seriam uma interrupção nas atividades da Fase C. Ele e seus assessores assistiram um audiovisual sobre Candiota e o carvão, especialmente preparado para o evento. “O ministro é conhecedor e além de ter uma bela assessoria, nos recepcionou muito bem e das audiências que já participei, essa foi uma das mais importantes”, assinalou o prefeito Folador, reforçando que o ministro apontou seu apoio ao carvão e à mineração de forma geral.

Folador ainda relatou que o ministro Sachsida já determinou à equipe do MME que se iniciem estudos sobre a renovação dos contratos de fornecimento de energia da Fase C, que vencem em dezembro de 2024, bem como a manutenção dos subsídios, à exemplo de Santa Catarina, até 2040. “Além disso, convidamos o ministro para visitar Candiota, que prometeu vir após o período eleitoral”, contou o prefeito.

O presidente da Associação Brasileira do Carvão Mineral (ABCM), Fernando Zancan, também avaliou como bem positiva a audiência. “O ministro se comprometeu a estudar nossos pleitos, o de Candiota em especial, e dar uma resposta para a Frente Parlamentar em Defesa do Carvão Mineral, que irá nos repassar. O ministro é uma pessoa muito efetiva, tanto que numa reunião que participei com ele na última semana, sobre um pleito específico de Criciúma e região, ele cobrou providências imediatas. Ele não tem nada contra o carvão, defende e apóia a mineração deste que é um patrimônio gaúcho e brasileiro. Então, ele é uma pessoa que vai ajudar a construir uma pauta de longo prazo para o setor”, analisa Zancan.

O deputado estadual Paparico Bachi (PL), que preside a Frente Parlamentar da Mineração e do Polo Carboquímico da Região da Campanha, avaliou da melhor forma possível a audiência. “A impressão é a melhor, o ministro é qualificadíssimo, conhece, gosta da pauta e tem um entendimento semelhante ao nosso sobre o tema. O Brasil precisa olhar para suas riquezas minerais para se desenvolver. O ministro tem livros escritos nesta área e disse aquilo que precisávamos ouvir: a Fase C terá todo cuidado e respeito, vão ser criadas as condições para que não seja fechada a unidade em 2024. Isso foi o que conseguimos sentir durante a audiência”, afirmou.

O TP enviou e-mail para a assessoria de Comunicação do MME, pedindo uma avaliação sobre a audiência, mas até o fechamento desta edição ainda não havia recebido uma resposta.

* Originalmente este conteúdo foi publicado no jornal impresso

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