SOB NOVA DIREÇÃO

Novo presidente da CRM visita o TP e fala de suas primeiras ações na estatal

Renovação de contrato com a Âmbar e privatização foram alguns dos temas da entrevista

Ademir Barreta (C) esteve acompanhado do diretor João Batista e o superintendente Gildo Geijó Foto: Divulgação TP

Na última terça-feira (3), o novo presidente da Companhia Riograndense de Mineração (CRM), Ademir Baretta, acompanhado do diretor Administrativo e Financeiro, João Batista Alves Rodrigues e do superintendente Administrativo da Mina de Candiota e vereador Gildo Feijó, esteve fazendo uma visita de cortesia ao Tribuna do Pampa. Na oportunidade, Baretta falou sobre o novo cargo, o futuro do carvão e quais são os seus planos para Candiota e a empresa.

 

PRIMEIROS PASSOS

 

Durante a conversa, o presidente citou que já conhecia a CRM, pois presidiu por quatro anos o Conselho Fiscal da empresa, afirmando que já era de seu conhecimento a história e os números da Companhia. Agora, Baretta recebeu a tarefa do governador Eduardo Leite e de sua equipe para presidir a CRM. “Sabemos que o grande patrimônio que a Companhia tem hoje é o carvão, mas de nada adiantaria ter o carvão se não tivéssemos quem compra o carvão, e de nada adiantaria ter o carvão se nós não pudéssemos extrair”, comentou.

Além disso, o presidente citou que há dois desafios pela frente, que são o contrato e a licença de mineração. Sobre a renovação das licenças de exploração do carvão, Baretta disse que a situação já está bem adiantada e uma equipe está trabalhando no que é necessário para o Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), e consequentemente será possível ampliar as poligonais. “Temos carvão para atender esse contrato existente, e outro grande ativo que a Companhia tem, é o contrato com a CGT Eletrosul. E agora, esse fato novo que chega na região, que é a compra da Usina de Candiota pela da Âmbar Energia”, disse Baretta, destacando que isso é um alento para todos. “O que se pensava que terminaria em 2024, que é o contrato de fornecimento para a CGT, agora oferece um horizonte maior e a expectativa é que o grupo faça investimentos no longo prazo”, disse.

 

PRIVATIZAÇÃO

 

O governo de Eduardo Leite (PSDB) tem uma proposta de privatização das estatais, como aconteceu com a CEEE, Sulgás e Corsan e também a CRM está na mira. Indagado sobre essa situação, Baretta disse que não tem como negar que esta opção de fato existe, e que há uma lei autorizativa, que também autorizou a alienação das empresas já citadas. O presidente destacou que o que falta na CRM é a implementação dessa lei, pois não há um diagnóstico da Companhia, e que o Governo do Estado não sabe o que efetivamente tem na empresa.

“Então nós estamos contratando agora um diagnóstico, que culminará com o valuation (valor do ativo) da Companhia, que nos dará quanto nós temos de ativo e passivo”, respondeu, explicando que o principal ativo é o carvão, mas que não se sabe para quantos anos a empresa ainda tem o produto. “Nós não sabemos a efetiva dimensão do interesse privado na Companhia. Tudo são especulações, e o Governo do Estado não tem definido nada. Conduzir a CRM neste momento é como conduzir um avião no meio das nuvens e sem ter os instrumentos. Estamos buscando os instrumentos através dessa consultoria, para que nós possamos fazer um plano de vôo para a Companhia, que até hoje nós não temos”, explica.

 

INVESTIGAÇÃO

 

Sobre a investigação policial que teve repercussão estadual recente sobre possíveis irregularidades em uma licitação para aquisição de caminhões fora de estrada – fato que culminou com o pedido de exoneração do então presidente da CRM, Melvis Barrios Júnior.

Baretta disse que poderia falar sobre o que já se tornou público e que foi veiculado pelos meios de comunicação, destacando que Melvis estava fazendo uma excelente gestão técnica dentro da empresa, e que pediu o seu afastamento para que pudesse fazer a sua defesa. “Então nós estamos aguardando que a Polícia Civil faça o seu papel e nos entregue uma situação do que efetivamente aconteceu. O importante é que o presidente se retirou para fazer a sua defesa, e ele tem a convicção de que não houve erro”, disse.

 

TRAJETÓRIA

 

Ademir Baretta é natural do município de Farroupilha, filho de pequenos agricultores e produtores de uva na cidade. Sua vida pública começou aos 18 anos de idade, quando foi para o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de sua cidade. Depois disso foi secretário em diferentes secretarias municipais, cumpriu um mandato como vereador, concorreu a vice-prefeito, foi prefeito, subchefe da Casa Civil durante três anos, no governo de José Ivo Sartori, que também é farroupilhense. Sua trajetória política sempre foi no MDB.

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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