O dia seguinte

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Os dias passam e a reforma da previdência continua sendo o tema mais importante. Deputa­dos, quase todos que dão depoimento, falam da ne­cessária reforma que vai encaminhar o país para dias melhores.

Quando eu era adoles­cente ou muito jovem, acreditava que deputados tinham conhecimento e eram pessoas muito impor­tantes. Depois, os conheci bem de perto, e teria sido melhor se não tivesse chegado tão perto. A maioria tem quase nada a oferecer. Incultos, opor­tunistas, farsantes. Inclusive encontramos alguns que podem ter utilidade.

Se perguntar a eles: o que acontecerá no dia seguinte a reforma da previdência? A maioria não tem idéia do que ocorrerá. Estão navegando na onda como estavam quando aprovaram a re­forma trabalhista que até hoje não resolveu coisa alguma. Para os trabalhadores. Para os donos do capital, menos direitos para os trabalhadores é determinante para a concentração da riqueza, ainda mais, nas mãos de poucos.

O que pode resolver os problemas do Brasil é desenvolvimento econômico. Mais desenvolvi­mento, mais riqueza produzida, mais impostos ar­recadados. Este é o caminho. O que estão fazendo para este fim?

Certamente não é fazendo o povo comprar armas que levaremos o país ao sucesso. Os crimi­nosos devem estar felizes com o arsenal de armas baratas que poderão obter.

A reforma da previdência, a um custo imenso para as classes trabalhadoras, pode retardar o colapso das contas públicas. Mas apenas reduzirá o déficit. No dia seguinte ao da aprovação da re­forma da previdência, a única certeza que teremos é que aos aposentados do futuro a pátria amada oferecerá menos que aos já aposentados.

Com amplo foco de tirar muito de servidores públicos, ampliando contribuição, exceto dos mili­tares, esta reforma não leva em conta que servido­res públicos são consumidores. Estes, em muitos lugares, são determinantes para o desempenho da economia local. Deixar servidores mais pobres não alavanca desenvolvimento.

Faz quase uma década que escrevi que o Brasil poderia ficar feliz se tivesse crescimento de 2 a 3% ao ano. Se o crescimento fosse maior não haveria energia disponível. Continuamos com energia disponível; quase não crescemos. Quem sabe responder como se faz um país crescer sem energia?

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