ESTIAGEM

Prefeito de Hulha Negra diz que município vive drama por falta de água

São 14h de racionamento na cidade e quase 400 famílias do interior que dependem do caminhão-pipa

Famílias do interior estão dependendo de caminhão-pipa para ter água potável Foto: Divulgação TP

O prefeito de Hulha Negra, Renato Machado (Progressistas), decretou nesta quinta-feira (20), situação de emergência tanto no interior do município como na sede em função da grave estiagem que atinge mais uma vez a região.

Após a publicação do decreto, o prefeito falou com o TP sobre este verdadeiro drama, especialmente da falta de água. “Há falta de água para o consumo humano e para higiene. Jamais tinha visto isso. Temos 14h de racionamento na cidade, mas nas 10h com fornecimento ainda assim é limitado para que todos tenham acesso”, disse.

Ainda o prefeito evidenciou que quase 380 famílias rurais estão dependendo o caminhão-pipa para ter água. “Nosso problema não é transporte a água e sim a água em si que não tem. Isso é uma agonia que estamos passando”, evidencia.

O prefeito aponta uma perspectiva futura melhor, quando está previsto para abril próximo a conclusão das obras da adutora desde a barragem da UTE Pampa Sul até a Estação de Tratamento de Água (ETA) na Trigolândia. “Com isso, se Deus quiser, teremos uma situação melhor no inverno e no verão”, projeta.

Por fim ele avaliou a situação econômica. No decreto nº 2540/2022, é descrito todos os prejuízos e situações que a cidade e a zona rural estão enfrentando com a falta de chuvas. Já há prejuízos de mais de R$ 5,8 milhões somente na pecuária com redução, por exemplo de 35% na produção leiteira. “É uma situação dramática também, porque os açudes, além de pouca água, tem aquela erva (grama) boiadeira, que infesta e vira um atoleiro, levando até a perda de gado quando ele busca estes locais para beber água”, exemplifica.

Na produção de grãos, como soja, milho e silagem, o prejuízo ultrapassa os R$ 48,8 milhões. No mel, as perdas são estimadas em R$ 271 mil, com perdas de 40%. As perdas somam cerca de R$ 55 milhões. “As chuvas nas lavouras são poucas, isoladas e passageiras. Isso tudo nos levou ao decreto. É um momento muito difícil”, desabafa o prefeito.

* Originalmente este conteúdo foi publicada no jornal impresso

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