* Da Agência Brasil
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, disse hoje (1º), em Brasília, que os eleitores devem ir votar sem medo neste domingo (2) porque todas as providências para garantir a segurança foram tomadas. “A condição básica do voto é exatamente a liberdade de fazer a escolha. Temos realmente preocupação com esse quadro de segurança, mas tomamos todas as providências”, disse após a cerimônia de verificação de assinatura dos Sistemas de Gerenciamento, Preparação e Receptor de Arquivos de Urna das Eleições 2016. O objetivo dessa ação da área de tecnologia do TSE é garantir a integridade dos sistemas das eleições.
Hoje, Mendes segue para o Maranhão, onde irá conferir de perto as medidas que estão sendo adotadas para garantir a segurança e a ordem durante as eleições municipais de amanhã. O ministro da Defesa, Raul Jungmann, também deve participar, em São Luís, com o presidente do TSE, de reunião com o governador do Maranhão, Flávio Dino.
Na noite da última quinta-feira (29), bandidos promoveram uma onda de ataques em São Luís. Ônibus foram incendiados na capital e no interior, e até escolas foram queimada pelos criminosos.
O ministrou citou outras localidades onde há aumento de violência, como o Rio de Janeiro e Goiás. No Rio, o candidato a vereador pelo Partido Progressista (PP) e presidente da Portela, Marcos Falcon, foi assassinado a tiros, em setembro. No estado há registros de outros casos de morte, como o do candidato a vereador pelo Partido Trabalhista Cristão (PTC) no município de Itaboraí, na região metropolitana do Rio, José Ricardo Guimarães Costa. Ele morreu no último dia 25, após ter sido baleado por criminosos quando passava na garupa de uma moto na comunidade de Reta Velha.
No dia 23, o candidato a prefeito de Japeri, na Baixada Fluminense, também policial militar, sofreu um atentado a tiros. André Luis de Oliveira Cristino, mais conhecido como Andrezinho de Japeri, de 39 anos, foi atacado quando chegava em casa após um compromisso de campanha, segundo a Polícia Civil. O candidato não se feriu.
O estado do Rio de Janeiro está entre os que mais têm registrado ocorrências na atual campanha eleitoral, sobretudo na região metropolitana da capital. O TSE aprovou o envio de tropas nas eleições para a capital e mais dez municípios. A solicitação foi feita pelo governo do estado e pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ), após os vários casos de assassinatos de pré-candidatos em municípios fluminenses.
Mendes também citou o atentado contra o candidato à prefeitura de Itumbiara (GO) José Gomes da Rocha (PTB), assassinado durante uma carreata de sua campanha eleitoral.
“Eu já havia estado duas vezes no Rio de Janeiro, na Baixada [Fluminense], chamando a atenção para o problema, chamando a atenção das autoridades locais para que haja realmente um monitoramento e para que possamos combater o crime. Tivemos esse espisódio lamentável em Itumbiara e temos esse quadro de insegurança em São Luís, onde elementos de organização criminosa estão causando pânico na cidade, atacando inclusive escolas, onde pode ser ponto de votação, seções eleitorais”, disse.
Entretanto, o ministro acredita que as eleições ocorrerão em paz. “Acho que vamos ter eleições em paz. Todavia, não podemos esquecer que temos um grave problema de insegurança. A insegurança não é do quadro eleitoral ou causada pela disputa eleitoral. O Brasil está vivendo um quadro de insegurança pública. Esse tema precisa entrar na agenda nacional. Não se trata apenas um problema dos estados, é um problema da União”, disse. O ministro acrescentou que vai conversar com o presidente Michel Temer sobre o assunto amanhã.
SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO – O secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Giusepe Dutra Janino, explicou que hoje foram checados os sistemas informatizados desenvolvidos pelo tribunal para a eleições. “São em torno de 120 sistemas desenvolvidos para automatizar o processo eleitoral”, disse.
O TSE fica com uma cópia dos sistemas e envia outras para os tribunais regionais. Esses sistemas são lacrados. Hoje, o TSE verificou se os sistemas enviados eram os mesmos de autoria do TSE e se não foram corrompidos. “Todos esses procedimentos visam a garantir que os sistemas estão íntegros. E mesmo que houvesse qualquer tipo de alteração, isso seria imediatamente evidenciado”, afirmou o secretário.