POLÍTICA

Presidente eleito da Câmara de Candiota promete seguir fiel ao governo Adriano

Vereadores analisaram a controversa eleição da nova mesa diretora

Danilo Gonçalves (PT) teve a maioria dos votos Foto: J. André TP

Após o rápido processo eleitoral que elegeu o vereador Danilo Gonçalves (PT) como o presidente da Câmara de Candiota, em 2019, praticamente todos os vereadores ocuparam a tribuna na sessão ordinária da última segunda-feira (10), no sentido de darem a sua opinião sobre o controverso processo, que teve dois vereadores do PT disputando a presidência. Na ocasião, com os votos e aliança com os vereadores da oposição, Danilo foi eleito, derrotando Fabiano Oswald.

Dizendo de antemão que continuará fiel ao governo Adriano dos Santos (PT), Danilo Gonçalves lamentou que tenha sido eleito presidente desta forma. “Estou muito feliz, mas quero deixar bem claro ao meu partido e a meu povo, principalmente aos assentamentos, que continuo sendo defensor do governo, sou petista, que vou seguir trabalhando pelo governo. Não é porque fui eleito presidente nestas circunstâncias que não vou cumprir com as minhas obrigações e defender este governo, que está fazendo um bom trabalho. Represento a área urbana também, mas especialmente o povo lá de fora”, disse.

Danilo se queixou do fato, segundo ele, de que o vereador Ataídes da Silva, também do PT, tenha tentado ser presidente e tenha sido barrado, mesmo tendo sido um dos mais votados. Para Danilo, se não fosse essa articulação dele, um vereador dos assentamentos não teria novamente sido eleito presidente. “Pode alguém achar que me vendi, mas se fosse pra me vender seria por outros motivos que me procuraram. Então a minha honra ninguém vai atacar”, assinalou.

O vereador Fabiano Oswald (PT), disse que cumpriu uma missão dada pelo seu partido de ser candidato a presidência da Câmara. Numa crítica velada, disse que na vida e na política sempre escolheu o caminho do bem, se pautando pela ética e coerência. Fabiano explicou que o nome dele foi escolhido coletivamente pelo PT, inclusive com a presença do vereador Danilo, tendo sido a escolha homologada pela direção no partido. “Sempre construirei desta forma os meus passos na política. Desejo uma boa gestão ao vereador Danilo”, resignou-se.

Vereador Dino disse que foi uma vitória dos assentamentos a eleição de Danilo Foto: Arquivo TP

O vereador Dinossane Pech (PSDB), que vai ocupar a vice-presidência da Câmara em 2019, lembrou os 70 anos da Declaração dos Direitos Humanos, fazendo um paralelo com o que aconteceu na eleição da nova mesa. Segundo ele, a Declaração fala em igualdade e com a eleição de Danilo se exerceu este direito. “Muitos subestimam isso e temos que respeitar uns ao outros. O vereador Danilo foi eleito presidente e somente quem pode lhe tirar daqui é o povo daqui dois anos”, assinalou. Dino fez uma análise não partidária e ideológica da nova composição da direção da Câmara, chamando a atenção de que os assentamentos possuem uma grande representatividade no Legislativo de Candiota – ele, o vereador Claudivan Brusque (PSDB), o Danilo e o vereador Ataídes da Silva (PT) têm origem nesta região. “O povo dos assentamentos elegeu estes vereadores pensando que um dia um de nós poderia ser presidente. Obrigado vereador Danilo por tornar isso realidade”, destacou.

Guilherme Barão (PDT) parabenizou o presidente eleito, destacando que isso é democracia e que é preciso respeitar o voto de cada um. Ele disse que o PDT está muito tranquilo porque a democracia foi cumprida, porém fez questão de frisar que o acordo firmado quando da entrada do PDT na base do governo era de que o PT teria a presidência em 2019. Guilherme fez questão de afirmar também que o vereador não é dono do seu mandato e sim é o partido, pois, segundo ele, todos que concorreram nas últimas eleições pelo partido contribuíram para que os vereadores que compõem a Câmara fossem eleitos. Com isso fez uma crítica indireta a Danilo. “Eu sempre respeitei e vou respeitar as decisões do meu partido. Não sou dono de nada, porque sem o apoio de todos não estaria aqui. O partido é soberano”, analisou.

O vereador Fabrício Moraes, o Bibi (MDB), que em 2019 será o 2º secretário da Câmara, cumprimentou de forma especial ao vereador Danilo, dizendo que tem certeza que terá muito orgulho de fazer parte da mesa junto com ele. Também parabenizou a coragem de ir atrás daquilo que a sua base pediu. Disse que Danilo não teve o apoio do PT e sim da Frente de Oposição. “Estaremos sempre lhe apoiando. Quem acha que a Frente teria minoria e estaria morta, se enganou”, alfinetou.

A atual presidente do Legislativo, Andréia Rangel (MDB), que em 2019 será a 1ª secretária, parabenizou Danilo e desejou que ele siga em sua humildade. “Terá o apoio de todos os vereadores e de uma equipe técnica maravilhosa, apesar de na rua dizerem ao contrário. Quando se entra aqui se tem certo medo e eu falo por mim, mas no coletivo as coisas se resolvem”, disse.

Para Claudivan Brusque (PSDB), que foi o único da oposição que ficou de fora da composição na nova mesa em 2019, também parabenizou o vereador Danilo, que se desafiou a colocar seu nome à disposição para ser presidente. “Pode contar comigo”, resumiu.

Vereador João Roberto afirmou que não precisa morar lá fora para defender o povo assentado Foto: Divulgação TP

Fazendo uma crítica e análise sobre o processo democrático, o vereador João Roberto da Silva (PT), disse que a democracia deve ser exercida nos fóruns adequados, afirmando que assim foi feito internamente no PT. Ele questionou a capacidade de análise dos vereadores de oposição sobre o que acontece no interior do PT local, estranhando que muitas vezes há maior preocupação dos opositores com isso do que com suas próprias ações.

Rebatendo a análise do vereador Dino, João Roberto afirmou que não precisa morar ou ter origem nos assentamentos para defender o povo colono. Salientou que o vereador Danilo Gonçalves muitas vezes foi defendido pela bancada do PT, quando era taxado de muitas coisas.

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