ESPECIAL DIA DO COLONO E MOTORISTA

Produtor de Candiota conta sua trajetória ligada ao campo

Noedi dos Santos reside há 29 anos em Candiota Foto: Divulgação TP

Redentora, município localizado no noroeste do Rio Grande do Sul. É nesta cidade de cerca de 11,5 mil habitantes que nasceu e viveu por muitos anos o produtor rural Noedi Cavalheiro dos Santos. Residente na Capital Nacional do Carvão há 29 anos, seu Noedi é casado, pai de três filhos e avô de quatro netos.

Com origem ligada ao campo, ele contou a reportagem do Tribuna do Pampa que iniciou a trabalhar aos sete anos na agricultura. Ao optar por mudar de vida, consta em sua trajetória a moradia em lonas pretas e muita luta até se estabelecer no assentamento Nossa Senhora Aparecida, já em Candiota.

“Vim com a família, na época a esposa e dois filhos, o terceiro nasceu em Candiota. Tínhamos uma lona preta, a lona era nossa casa, era isso que me acompanhava nos acampamentos para fazer novo barraco até o início do assentamento. No início acampei pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em 1988, fiquei quase três anos acampado, quando ganhei o pedaço de terra”, contou Noedi, relatando que estava acampado em Cruz Alta antes de mudar para Candiota.

Questionado sobre como era viver naquela época e que utensílios utilizavam no dia a dia, Noedi conta que era tudo muito simples. “Tínhamos uma chapa de fogão para fazer o alimento, fazíamos o que chamávamos de gipão. A cama era uma tarimba, tínhamos um colchão velho, cobertores para se agasalhar. A alimentação era distribuída, cada 20 famílias pertenciam a um núcleo onde o líder de cada área como alimentação, por exemplo, fazia a distribuição do alimento para aquele dia. Não sabíamos se no dia seguinte haveria o alimento ou não. Nos dividíamos, nada era desperdiçado”, relembrou o produtor.

O trabalho levou Noedi a expansão dos negócios e atualmente a família produz sementes de hortaliças como cebola, salsa, coentro e cenoura, além de soja, e o milho para consumo próprio. “A principal atividade na minha propriedade é a sementeira, há 28 anos produzo sementes de hortaliça e a soja comecei em 2012. É uma produção que vem evoluindo, comecei com um hectare de semente e hoje produzo em cerca de 110 hectares junto com os filhos. Já de soja são cerca de 250 hectares”, relatou.

Solicitado a fazer uma avaliação sobre a situação atual do setor agropecuário, Noedi diz ver a agricultura como o pulmão de Candiota. “Se fala bastante nas usinas para geração de emprego, o que eu concordo que se fale em coração do município, mas a agricultura é o pulmão, que faz com que o município respire e se isso for trabalhado de forma correta, acredito que a cidade se tornará um município agrícola”, destacou.

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