Racismo nosso de cada dia

* Cristian Canto

Nunca conseguirei entender a necessidade que um ser humano tem de ser melhor que o outro. Cada um, carrega consigo as suas qualidades e defeitos, entretanto, sua cor nunca foi e nunca será medida de cálculo para qualidade. Os anos passam, novas gerações nascem, os mais velhos morrem, e tudo parece permanecer como antigamente onde os corpos eram separados por grades, cordas, privilégios e cultura. Sempre me pergunto a razão do ódio à quem nunca fez mal, à quem nem ao menos se conhece, qual significado dessa necessidade de se enxergar superior porque nasceu de cor diferente e principalmente julgar qualquer que seja pela cor de pele? Nada menos que um absurdo.
Desde sempre convivemos com o racismo, e há muito tempo o limite foi extrapolado. Conversas e multas já não adiantam mais, as penas devem ser mais severas, sem fiança e quando se vê em estádio de futebol, um homem ofendendo um jogador que naquele momento trabalha, temos que ter uma resposta rápida, é necessário que a lei seja aplicada imediatamente. Vivemos em um Big Brother, vistos por vários ângulos, está tudo gravado, muitas testemunhas apontando para o criminoso, o rosto estampado nas redes sociais e provas concretas são encontradas, no entanto, escutamos que o “possível suspeito” está sendo investigado e responderá em liberdade após pagar a fiança branda imposta pelo juiz. Após isso, o caso é esquecido, o racista volta para a sociedade e tudo volta ao normal na vida dele.
Escrevo sobre o futebol pelo fato de ser o local mais colorido de todos, mas que pode virar um teatro dos horrores quando temos qualquer tipo de discriminação.
As denúncias de racismo mais do que dobram no RS em 2022, foram 47 denúncias desde o início do ano, 135% a mais do que as 20 do mesmo período do ano passado, segundo dados da SSP. Na delegacia especializada, foram registradas 435 ocorrências desde sua inauguração, e 82 pessoas foram indiciadas.
Quantas estão presas?
O mais recente (que apareceu na mídia), foi o caso de racismo envolvendo o lateral Zé Carlos, do Atlético-CE. O homem que ofendia estava na torcida do Brasil de Pelotas. Não é caso isolado, no ano passado, pela série B, o zagueiro Sandro, do Brusque, relatou ter sofrido ofensas por parte de um torcedor, que também foi identificado e detido.
Em janeiro deste ano, o goleiro Adriel, do Grêmio, foi o alvo. Segundo o jogador, as agressões partiram de um torcedor na arquibancada sendo direcionadas a ele e outros jogadores. Além destes episódios, durante o Gauchão, um torcedor foi retirado do estádio por exibir tatuagens alusivas ao nazismo no corpo, o que provocou indignação e motivou uma briga com outros presentes. São apenas alguns exemplos.
O preconceito racial é algo que fica enraizado, por isso, o primeiro passo para combater o racismo é desconstruí-lo em você e ajudar as pessoas ao redor a fazerem o mesmo. Temos que prestar atenção nas atitudes e pensamentos.
Devemos ser antirracistas, perceber o quão ignorante e presunçoso o indivíduo é por julgar que a cor o torna melhor. Todos devem cair na real, viver sua vida sem agredir o outro por qualquer razão que seja. Todo tipo de preconceito deve ser extinto da sociedade, bem como, os que produzem esse tipo de violência.

Obrigado por ler até aqui e até a próxima.

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