QUESTÃO ENERGÉTICA

Recorde de produção da Usina de Candiota tem significado na luta pelo carvão

Unidade bateu os números de 2013 em 2021, produzindo 283,7 MW médios

Construção da planta de beneficiamento do carvão, além da questão ambiental também melhorou o desempenho da Usina de Candiota Foto: Divulgação TP

O presidente da Associação Brasileira do Carvão Mineral (ABCM), Fernando Zancan, comemorou o fato de no ano de 2021, a Usina Termelétrica (UTE) Candiota (Fase C) ter registrado sua maior geração média anual, desde a sua entrada em operação comercial, em 2011. “Para nós, ter sempre históricos de produção são muito importantes para mostrar que o carvão consegue atender as necessidades dos nossos consumidores. É uma energia firme, muito barata, cotada em moeda nacional, sem depender dos mercados externos ou ter surpresas com os preços, como tem as térmicas a gás. Especialmente a Fase C, que é uma máquina nova, num momento de crise hídrica contribuiu e seguirá contribuindo, além da segurança energética, com a menor tarifa ao consumidor brasileiro e isso é muito importante”, destacou.

Fernando Zancan, da ABCM, lembra que a energia do carvão é firme, barata e paga em moeda nacional Foto: Divulgação TP

NÚMEROS – O empreendimento alcançou 283,7 MW médios, cumprindo sua inflexibilidade anual, e atingindo, pela primeira vez, a geração média anual comercializada.

A marca histórica superou o recorde anterior, registrado em 2013. A usina, que pertence a CGT Eletrosul, do grupo Eletrobras, tem função estratégica, uma vez que contribui para o Sistema Interligado Nacional (SIN), com fonte de geração de energia estável, auxilia no controle de tensão da rede de transmissão da região e na operação segura da segunda interligação Brasil-Uruguai.

O resultado alcançado em 2021 pela UTE Candiota reflete, segundo a direção da empresa, decisões estratégicas de investimento da CGT Eletrosul em grandes projetos, como a manutenção geral e a modernização da usina em 2019. Esses procedimentos permitiram várias adequações, desde a recuperação plena de sistemas operacionais sensíveis à otimização da termelétrica, bem como a implantação da nova planta de beneficiamento de carvão a ar em 2020. “O fato gerou ganhos diretos de eficiência na geração de energia elétrica com o uso do carvão mineral, diminuindo impactos ambientais e reforçando a confiabilidade do abastecimento, o que demonstra a maturidade e a evolução contínua dos processos conduzidos na termelétrica”, assinalou a reportagem publicada no site da empresa.

Ainda, a direção da empresa evidenciou que houve comprometimento das equipes que atuam na usina, em um ano marcado pelos desafios da pandemia que isso foi fundamental para os resultados alcançados. “Há de se destacar com isso que, através de novas técnicas de operação e manutenção, comunicação, treinamento contínuo e integração, foi possível otimizar procedimentos e consumo de insumos, mantendo indicadores de produção acima de períodos anteriores.”

LUTA – O presidente do Sindicato dos Mineiros de Candiota e um dos articuladores da continuidade permanente do Movimento Pró-Carvão, Hermelindo Ferreira, assinala que este recorde vem bem ao encontro daquilo que se tem afirmado e justifica ainda mais o que os defensores do carvão têm dito em contraponto às críticas sobre a geração térmica a carvão. “Ela evidencia a importância do setor”, avalia, dizendo ver com preocupação que o governo do Estado não se empenha, por exemplo, em alongar os subsídios para esta unidade, como foi o caso da Usina Jorge Lacerda, em Santa Catarina. “Não vemos boa vontade do governador em fazer esta transição. Lá (em SC), houve união e aqui não estou vendo isso”, se queixou.

Hermelindo Ferreira, do Sindicato dos Mineiros de Candiota, destaca que o recorde fortalece a luta pelo carvão Foto: Arquivo TP

Também, ainda sobre o recorde, o sindicalista fez referência a importância por ser uma energia estável, pois se o país estivesse em crescimento econômico, a dependência de energia desta natureza seria ainda maior. Também ele frisou a participação da Companhia Riograndense de Mineração (CRM), que entregou o carvão – combustível para que a usina batesse a marca. “Nós acreditamos que até 2050, que é o prazo mundial para a transição, vamos evoluir para a gaseificação de nosso carvão, não só para produção de energia, mas também de outros produtos, como fertilizantes”, destaca.

Vereador Guilherme Barão, da Comssão em Defesa do Carvão da Câmara de Candiota, disse que essa é uma importante marca para quem defende a bandeira do carvão Foto: Arquivo TP

Para o presidente da Comissão em Defesa do Carvão Mineral na Câmara de Candiota, vereador Guilherme Barão (PDT), é muito importante para quem defende a bandeira do carvão, para o município e para a região. “Sabemos da necessidade da energia firme e o recorde comprova que há preservação do meio ambiente, sendo usadas as tecnologias, basta ver o investimento na gigagem que dá uma melhor qualidade para o carvão, conseguindo superar as expectativas. Para nós é de extrema valia este momento ímpar que estamos vivendo, onde temos a possibilidade, com a emenda do deputado Afonso Hamm, que a Fase C tenha viabilidade até 2040, como foi em Santa Catarina”, destaca.

O presidente da CRM, Melvis Barrios Júnior exaltou que o complexo mina-usina gera emprego e renda para a região Foto: Arquivo TP

Para o presidente da CRM, engenheiro Melvis Barrios Júnior, esse recorde demonstra a viabilidade técnica e econômica da utilização do carvão mineral como matriz energética. “A cadeia produtiva que engloba a extração do carvão mineral pela CRM e sua venda à CGT Eletrosul para queima e geração de energia elétrica é responsável pela geração de empregos, renda e desenvolvimento para a região. A transição energética que começa a ser discutida garante essas condições até 2040 para a região. A geração de energia por carvão mineral demonstrou sua segurança e eficiência neste momento de crise hídrica no Brasil, garantindo a estabilidade no sistema elétrico brasileiro”, reforça o executivo da estatal gaúcha.

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