Em estilo colonial, uma residência localizada na rua Nico de Oliveira, centro de Pinheiro Machado, tem chamado a atenção de pessoas de todas as idades. Isso porque, por mais um ano, a residência de Heloisa Helena Santos Barbosa, a Lelena para os mais velhos ou simplesmente Helô para a nova geração, está completamente decorada para o Natal.
Luzes, renas, enfeites diversos e até um Papai Noel que toca saxofone fazem parte da decoração que tem atraído centenas de olhares e encantado quem passa pelo local. O Tribuna do Pampa também foi atraído pela beleza da residência que, principalmente à noite e iluminada, resgata a magia e o espírito natalino.
Lelena, que é natural de Pinheiro Machado, mas morou em diversas partes do Brasil e viajou por 36 países antes de viuvar, retornou para o município no final da década de 90 quando começou a decorar a residência. Ao TP, a pinheirense de 73 anos contou ser apaixonada pelo Natal. “Gosto demais dessa data. Mesmo quando pequena e sem condições financeiras, pegava galhos de árvores e colocava algodão para representar a neve. É uma data muito importante pra mim”, contou.
Muitas luzes, renas e enfeites diversos encantam quem passa pelo local
A decoração da casa é ampliada a cada ano e em 2020, foi quase totalmente decorada pelo filho de Lelena, o artista plástico deficiente auditivo Solemar Junior, de 52 anos. “Essa decoração não é nenhum exibicionismo, é ser feliz. Decoro a casa por dentro e por fora e me sinto feliz com isso, em ver a alegria das pessoas ao passarem na frente ou pedirem para entrar e tirar fotos”, destacou.
NATAL DAS CRIANÇAS – O fim de ano é especial para Lelena e para cerca de 180 crianças de Pinheiro Machado que anualmente recebem presentes e participam de uma grande festa na praça central da cidade. Em razão da pandemia ocasionada pelo novo coronavírus, a festa com bolo, refrigerantes e brinquedos precisou ser cancelada e reformulada. Sem a festa, Lelena contou ter tido a ideia de fazer a entrega dos presentes em sua própria casa. “Seguindo o distanciamento e os protocolos sanitários, estou fazendo a entrega dos presentes aqui mesmo em casa. As crianças chegam de máscara e entrego o presente, é tudo simples, até porque sou do grupo de risco e preciso me cuidar”, relatou.
Ela ainda lembrou da mãe e diz ter herdado dela a vontade de ajudar o próximo. “Minha mãe era índia, muito forte e ajudava a todos. Ela tirava de dentro de casa para dar a pessoas. Faleceu aos 101 anos dando sua contribuição. Acredito que nisso sou igual a ela. É muito bom ver as pessoas felizes, ainda mais nesse ano tão difícil para todos”, concluiu Lelena contando que parte do que é ofertado as crianças é por meio de doações e parte por meio de atividades para arrecadação de recursos, tais como o mocotó no inverno.