CLIMA

Seca já provoca prejuízos de R$ 15,5 milhões e emergência é decretada em Pinheiro Machado

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Na bovinocultura, o prejuízo já é de mais de R$ 6,6 milhões Foto: Emater Pinheiro Machado/Especial TP

O prefeito de Pinheiro Machado, Zé Antônio (PDT), decretou nesta terça-feira (11), situação de emergência em relação a estiagem, que já atinge o município de forma severa.

A falta de chuvas já está gerando uma série de transtornos no município, especialmente na zona rural. De acordo com o Decreto 752/2020, a estiagem verificada no município em decorrência da baixa precipitação pluviométrica nos meses de dezembro de 2019 e agravada em janeiro e fevereiro deste 2020, atingiu níveis bem importantes.

Prefeito Zé Antônio assinou o decreto nesta terça-feira (11)

Para tomar a medida, o prefeito também levou em conta um laudo técnico emitido pela Emater/RS, bem como o levantamento efetuado pela Secretaria Municipal de Agropecuária e Meio Ambiente e da Secretaria de Obras, Viação, Transporte e Transito do município, que confirmaram perdas expressivas nas culturas do milho, feijão e soja, além de prejuízos na pecuária, tanto na criação de gado leiteiro quanto no corte, e dificuldade no abastecimento humano de água potável. “Concorre como agravante da situação de anormalidade a tendência que a estiagem perdure, acentuando os prejuízos na agricultura, na redução dos reservatórios de água e risco de queimadas”, assinala também o decreto, que é amparado ainda no Parecer da Coordenadoria Municipal e do Conselho Municipal de Defesa Civil, relatando a ocorrência deste desastre e sendo favorável a declaração de situação de emergência. “Resolvemos decretar em virtude que as razões já são bem sérias, como se pode ver dos números. Além disso, o decreto nos permite buscar ajuda nas esferas superiores, além dos produtores terem argumento para poderem renegociar suas dívidas junto aos bancos e credores”, pondera o prefeito Zé Antônio.

PERDAS – Segundo relatório do escritório local da Emater, os prejuízos estimados ultrapassam já os 15,5 milhões. O laudo foi concluído no dia 5 de fevereiro com dados colhidos entre novembro de 2019 e fevereiro de 2020. Ele foi assinado pelo chefe do escritório local, Rafael Gonçalves Lopes.

No milho, as perdas  já são irreversíveis, visto que os estágios de desenvolvimento vegetativo e floração foram extremamente afetados pela falta de umidade no solo. Estima-se perdas, em torno de 40% da área total cultivada no município até o momento. O prejuízo é estimado em 1,3 milhão.

A soja foi afetada pela estiagem durante todo o ciclo produtivo. As perdas mais relevantes são nas áreas em que as culturas encontram-se em floração e enchimento de grão, fases que definem a produtividade desta cultura. Estima-se perdas, em torno de 40% da área total cultivada no município. O prejuízo é estimado em 7,6 milhões.

Além de soja e milho,  outras culturas foram afetadas pela seca, segundo o laudo da Emater, tais como feijão, melancia, abóbora e hortaliças em geral, sendo as perdas consideráveis.

Na bovinocultura de corte, conforme a Emater, o prolongamento da estiagem fez com que os produtores não conseguissem semear as pastagens de verão, as pastagens implantadas tiveram perdas muito significativas. Além disso as pastagens nativas secaram demasiadamente, grande parte das propriedades não tem mais alimento para fornecer aos animais. Estimam-se perdas na ordem de 10% para essa cadeia produtiva. O prejuízo é estimado em 6,6 milhões.

Milho já tem perda de R$ 1,3 milhão, com quebra de 40% da produção Foto: Emater Pinheiro Machado/Especial TP

 

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