Presidente do Simca, Marcelo Belmudes Foto: Divulgação TP
O Tribuna do Pampa conversou, a nível municipal, com o Sindicato dos Municipários de Candiota (Simca), que tem a frente Marcelo Belmudes. O presidente disse ao jornal que o servidor público vivencia um momento complicado. “Estamos há mais de um ano sem reajuste no salário, sem progressão na carreira e agora com a eminência da PEC 32, Reforma Administrativa, vivenciamos a possibilidade da perca da estabilidade, e um serviço público de qualidade depende de funcionários qualificados e experientes”.
Belmudes lembra que a reforma abre brechas para a corrupção e as indicações políticas sem critérios técnicos, causando a perda da qualidade do serviço e eficiência no atendimento. “Nunca é demais lembrar que, quem cuida da saúde, da segurança e da educação dos nossos filhos é um funcionário público. Não podemos permitir que esses serviços tão essenciais à população sejam prejudicados pela reforma administrativa. É indiscutível que a administração pública brasileira precisa de mais eficiência, racionalidade e controle social”.
O presidente do Simca expõe que a PEC 32 ataca os pilares constituídos na Constituição de 1988, dizendo que “muito se discute sobre o impacto da Reforma Administrativa proposta pelo Governo Bolsonaro na forma da PEC 32 para os servidores públicos, mas a verdade é que as mudanças trazidas pela proposta terão impactos profundos para a população brasileira em geral. Cito sete efeitos da PEC 32 para servidores e cidadãos: prejuízos à economia local; dificuldade de planejamento em longo prazo e queda na qualidade de serviço; desperdício de recursos com treinamento e qualificação; apadrinhamento político; uso privado dos recursos e da infraestrutura públicos; superpoderes presidenciais e fim dos RPPS”.
Com relação as lutas municipais, Marcelo Belmudes enfatiza que o objetivo é tentar repor as percas com a Lei Complementar 173. “Visto, que até a nossa data base que é 1º de março, estaremos por 1 ano e 9 meses sem reposição salarial, sem progressão na carreira e, além disso, com a Reforma da Previdência de 2019 a alíquota de contribuição dos servidores passou de 11% para 14%. uma diminuição no salário dos servidores de um total de 16,20% nesse período. Se acrescentarmos o IPCA acumulado dos últimos 12 meses que neste momento é de 10,25%, temos uma defasagem salarial de 26,45%”, explicou.
Ele também cita a luta pela realização de concurso público. “Estamos há mais de 10 anos sem realizar o certame, onde existe uma defasagem de servidores muito grande, principalmente no magistério. A não realização de concurso é uma economia fictícia, visto que futuramente isso afetará no índice que a prefeitura paga ao RPPS, pois não está entrando recurso que deveria entrar para manter a saúde financeira do Fundo de Previdência”, relatou.
Belmudes encerra com uma mensagem a todos os servidores da Prefeitura de Candiota pela passagem do Dia do Servidor. “Parabenizo todos aqueles que fizeram o ato de servir uma missão de vida, dedicando o seu dia-a-dia, o seu trabalho, os seus conhecimentos, as suas experiências profissionais à nobre tarefa de prestar serviço à sociedade candiotense”.
* Originalmente este conteúdo foi publicado no jornal impresso
