Um dia para dar novos rumos ao Brasil

O Brasil foi descoberto pelos brancos europeus no ano 1500 depois de Cristo e nestes quinhentos e vinte e dois anos vem sendo governado pelas elites incompetentes, sempre citadas por Leonel Brizola, que fizeram o país ser o que é. Nem quando Getúlio Vargas, João Goulart, Lula ou Dilma foram presidentes o Brasil deixou de ser gentil com as elites. Porém, os do povo também tiveram alguma atenção nos raros momentos em que as elites não estiveram completamente no poder.
Recentemente passei por Uruguaiana e Alegrete, dois municípios onde vivem algumas das comunidades mais pobres do Rio Grande do Sul. Pela estrada me chamou a atenção cinco fazendas imensas onde se podia ver uma bandeira do Brasil. Alguns bovinos, não muitos, algumas plantações, não muitas, e nestas fazendas nenhum ser humano para abanar. Imagens de um Brasil onde a fome é vizinha da riqueza que fica nas mãos de um que outro.
Esta semana, a Polícia Federal foi recebida à bala por um corrupto conhecido, um qualquer que estava prisioneiro em sua casa. Enfim, o prisioneiro Roberto Jefferson. Sujeito da última laia podre que se possa imaginar. Amigo de primeira, segunda e última hora do presidente. Se fosse um negro da favela a estas horas estaria morto. Outra imagem deste Brasil onde ter um arsenal de armas em casa é visto por muitos como se fosse normalidade. Mesmo que a casa seja de um prisioneiro.
O Brasil das milícias urbanas e, em crescente formação, das milícias religiosas capazes de, sob a guarda do presidente, fazer baderna até mesmo em Aparecida do Norte no dia em que se celebra a padroeira no Brasil, Nossa Senhora de Aparecida. Tudo normal para quem despreza a educação e a cultura a todo momento. Depois aparece um estúpido como o deputado Bibo Nunes propondo queimar vivos os estudantes de Santa Maria que protestaram contra o presidente e há quem ache que está tudo normal.
As centenas de milhares de mortes por covid, que poderiam ter sido evitadas se o presidente do Brasil não fosse um irresponsável, são suficientes para levar o presidente à derrota. Para mim, o resto são detalhes. Nada é mais grave que um governante desprezar a vida do povo que caberia a ele proteger e promover.
No primeiro turno, a ampla maioria dos eleitores da nossa região votou em Lula e em outros candidatos que não o presidente. Agora, de um lado um candidato admirado por grande parte do mundo inteiro, Lula, e de outro um candidato que a maior parte do mundo civilizado quer ver fora do governo, Bolsonaro.
Ainda que eu saiba que parte da humanidade não produz nem percebe as mudanças, continuo acreditando que mais da metade do povo brasileiro viu o que eu vi e que esteve ao alcance de todos verem nos últimos quatro anos.

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