Melhor é ver

Esta semana foi marcada pelas entrevistas na Globo de alguns candidatos a presidente. Eu procuro saber o que disseram e dou uma filtrada em alguma coisa. Mas não tenho me envolvido muito com este momento político até para levar uma vida mais tranquila. Se tivesse vontade de arrumar confusão seria candidato a algum cargo, mas esta possibilidade nem levo em consideração. Para mim, a atividade política em cargos eletivos terminou em 2008.
Alguns minutos antes de escrever esta coluna estava falando com meu irmão que é vice-prefeito de Hulha Negra. Dizia a ele que o mundo de hoje não é aquele que eu vivi. Tudo mudou demais nos últimos quinze anos. Eu não tenho a menor intenção ou vontade de ser avaliado e criticado todos os dias por pessoas sem noção que não tendo o que fazer dizem todo tipo de bobagem na internet. É claro que existe algum fundamento em alguns, mas o ambiente é muito agressivo para quem se dispõe a exercer uma atividade pública.
Além do mais, se fosse atuar seria no executivo. O legislativo não é o meu lugar. Como todos sabem, prefeitos são muito mal remunerados. Muito compromisso para inexpressivo retorno financeiro. E assim encerramos o assunto em se tratando de retorno as bases. Para quem não sabe, nos doze anos que fui prefeito de Hulha Negra escolhi receber meu salário de auditor federal do trabalho.
Alguém dirá “O mundo de hoje é o que continuas a viver”. Sim, e confesso que não é fácil um sexagenário se adaptar. E olha que eu procuro me aproximar da juventude.
Daí que estas coisas de ouvir candidatos na televisão não me emocionam tanto. Eu que cinquenta anos atrás ouvia até debates para presidente dos Estados Unidos.
Aqui, quem não sabe o que Bolsonaro pode oferecer. Bolsonaro é o que é. Quatro anos depois não engana ninguém. Se alguém quer continuar com ele, tudo bem. Mas não pode dizer daqui uns dias que se enganou de novo. Lula é o que sempre foi. Nada de novo relevante pode surgir de alguém com tantos anos no cenário político. E tem os outros. Ciro comete os mesmos erros nos últimos vinte anos e consegue sempre os mesmos resultados. Continua o mesmo. E acredita que é inteligente.
Enquanto isso, é pesquisa pra todo lado e pra todo gosto. Mentira também. Mas em campanha política a verdade não tem muita importância. Além do mais, o povo quer mesmo provocar e rir. O circo pegando fogo é o que interessa. Afinal, poucos acreditam em milagres prometidos.
Quem não acompanhou de perto o noticiário nos últimos quatro anos, nem pesquisou para saber os dados que mostram como está o país, melhor é ver e ouvir.

* Originalmente este conteúdo foi publicado no jornal impresso

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