EMPREENDIMENTO

SSM trabalha em projeto piloto para produção de fertilizantes em Candiota

Planta do projeto piloto a ser instalada na SSM, em Candiota Foto: Divulgação TP

A empresa Seival Sul Mineração (SSM), que opera mina de carvão de Candiota, está desenvolvendo um projeto para futura produção de Fertilizante Organomineral (OM).

A empresa já obteve a Licença Ambiental (LA) para uma planta piloto para desenvolver o fertilizante que será a base de carvão da mina em operação, acrescido de fertilizantes químicos NPK. Essa planta piloto irá produzir em torno de 500 kg por dia de OM, que será utilizado em áreas experimentais para comparar sua eficiência em relação a fertilizantes convencionais nos chamados testes agronômicos.

Ao Tribuna do Pampa, o geólogo do grupo Copelmi, Gustavo Bastiani, explicou que “os fundamentos para utilização do carvão da jazida de Candiota para a produção de fertilizantes estão baseados na presença de ácidos húmicos e fúlvicos preservados pelo fato desse carvão ser imaturo, sendo, na maior parte, classificado como linhito. Com isso esse material tem propriedades como fertilizante”.

O fertilizante a ser produzido utilizará 50 % de carvão, diminuindo a dependência do Estado e do Brasil de fertilizantes químicos que são 100% importados.

 

PLANTA PILOTO

 

Segundo Gustavo, o local de implantação da planta piloto será em área já minerada de carvão, de propriedade da SSM, para a qual será preciso dar uso futuro. Essa planta possui dimensões de 10 x 15 m onde será desenvolvido basicamente um processo de mistura do linhito com NPK para posterior granulação de forma a padronizar esse material para aplicação nas lavouras. “As vantagens do uso desse tipo de fertilizante para o solo vão desde o aumento de carbono orgânico, maior retenção de água e melhoria das capacidades de trocas catiônicas (CTC) em relação aos fertilizante químicos”, explicou.

Questionado pelo jornal, o geólogo informou acreditar que algum lote experimental será produzido a partir de março de 2024.

O jornal também conversou com o gerente de operações da SSM em Candiota, Nelson Kadel,  que avaliou o projeto a ser implantado. “Ao analisar este projeto dentro da estrutura da empresa, percebo que o Projeto de Fertilizante Organo-mineral representa um salto significativo para a SSM. Mais uma vez, a empresa demonstra sua visão voltada para a economia do futuro ao embarcar em um projeto desafiador. Estamos dedicados à criação de uma nova indústria para Candiota, que não apenas consolida nossa posição no centro da geração de energia térmica do estado do Rio Grande do Sul, mas também nos posiciona como um fornecedor crucial no mercado de fertilizantes. Embora tenhamos uma série de testes pela frente, a empolgação com esta iniciativa é palpável”, destacou.

Sobre o impacto na utilização do carvão mineral, Nelson fala em inovação e sustentabilidade. “A integração do carvão na produção de fertilizantes alinha-se com várias pesquisas voltadas para o uso sustentável desse recurso mineral abundante em nosso município. A aplicação do nosso ‘ouro negro’ em outras finalidades representa uma abordagem inovadora para o desenvolvimento contínuo de nossa sociedade e indústria. Além de fortalecer a sustentabilidade, essa estratégia contribui para a diversificação dos usos do carvão, destacando seu potencial versátil e apoiando nosso crescimento coletivo”, frisou.

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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