CARVÃO MINERAL

UTE Ouro Negro está pronta para participar do leilão A-6

As perspectivas não são as melhores em função da baixa atividade econômica. Presidente da ONE volta cobrar mobilização política

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Nova usina está projetada para ser construída em Pedras Altas, na divisa com Candiota

Nova usina está projetada para ser construída em Pedras Altas, na divisa com Candiota Foto: Divulgação TP

A Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE) expediu a Habilitação Técnica 18A6-0794, que garante a participação efetiva do projeto da Usina Termelétrica (UTE) Ouro Negro no leilão de energia A-6, marcado para o próximo dia 31 de agosto, na Câmara de Comércio de Energia Elétrica (CCEE), em São Paulo.

O certame prevê a contratação de empreendimentos para início de operação a partir de 2024, com os vencedores assinando contratos de longo prazo para a venda da produção futura às distribuidoras de energia. Para as térmicas o contrato é de 25 anos. O preço inicial do leilão A-6 para contratos por disponibilidade de usinas termelétricas a biomassa, a carvão e a gás natural é de R$ 308,00 MW/h.

A EPE cadastrou 1.090 empreendimentos com 59.116 MW de potência total instalada, sendo 928 eólicas, 66 pequenas centrais hidrelétricas, sete hidrelétricas, 23 centrais geradoras hidrelétricas, 25 termelétricas a biomassa, duas a carvão e 39 a gás natural. A novidade do certame é a negociação de contratos por quantidade de usinas eólicas.

Em conversa com o TP, o diretor-presidente da Ouro Negro Energia (ONE) – empresa dona do projeto da UTE Ouro Negro -, e ex-prefeito de Pedras Altas, Sílvio Marques Dias Neto, como sempre, passou otimismo em relação ao leilão, mas reforçou a tese de que para haver sucesso no certame é preciso equacionar o binômio economia e demanda. “A economia paralisada ocasiona uma demanda muito fraca por energia. O que percebemos é que as usinas a gás são mais competitivas que as térmicas a carvão”, pontuou.

Por outro lado, Sílvio destaca que a localização do projeto, em Pedras Altas, na divisa com Candiota, é um diferencial favorável. “A Ouro Negro está localizada na ponta do Sistema Interligado Nacional. É necessário o equilíbrio da tensão e a redução da dependência do Rio Grande do Sul na importação de energia gerada em outros estados”, pondera.

Contudo, Sílvio, como fez durante o Seminário Internacional de Energia realizado recentemente em Candiota, reiterou sua crítica e alerta aos governos e lideranças regionais, de que tem que haver um movimento forte em favor do carvão gaúcho e para que haja a realização de leilões regionais. “Há uma previsão que aconteça outro leilão após o pleito eleitoral nessa modalidade e por isso a mobilização é importante”, disse.
Em relação ao leilão de agora, Sílvio foi objetivo e direto na avaliação. “Estamos realistas e prontos”.

No fim de 2017, a UTE Ouro Negro também se habilitou ao leilão, entretanto acabou não participando sob a justificativa do baixo crescimento econômico brasileiro e também da falta de incentivos ao carvão.

SOBRE OURO NEGRO – A UTE Ouro Negro está avaliada em mais de R$ 4 bilhões. O projeto será financiado 80% com recursos das instituições financeiras da China. O restante do valor será pago com capital próprio das empresas sócias (ONE S/A, SEPCO1 e Power China). A SEPCO1 é também EPCista do projeto, ou seja, a empresa que será responsável pela obra.

A termelétrica contará com dois geradores de 300 megawatts cada e deverá ser construída em Pedras Altas, na divisa com Candiota, numa área de terras próxima ao arroio Candiota e da mina de carvão da Companhia Riograndense de Mineração (CRM). Durante a construção do empreendimento, deverão ser gerados cerca de quatro mil empregos diretos e 500 quando em operação.

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